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Filha,
Há exatamente 1 ano atrás, nos conhecemos pessoalmente.
Ouvi a sua voz, ou melhor, o seu choro, e chorei junto com você.
Começava ali mais uma parte da nossa história, e nossos olhares se encontraram, pudemos nos tocar pela primeira vez. Esperei durante 8 meses aquele momento. Sentir o seu cheiro, o seu toque, ver o rosto daquele amor desmedido e desenfreado.
Ali, naquele momento, sem sabermos, iniciávamos nosso processo de desapego, e aproveitamos todo o carinho que uma tinha à dar para a outra. Realmente, eu não fazia idéia que, uma pessoa, tão pequenina, seria capaz de demonstrar algum gesto, mas depois de nossa convivência, pensava" "Ainda bem que me enganei".
O seu nascimento foi um importante capítulo de nossas histórias, e sempre será uma data assim, estranha, mas especial.
Se a vida tivesse sido mais previsível conosco, hoje, eu estaria organizando a sua festa de aniversário, preocupada com lembrancinhas, bolo, salgadinhos, amiguinhos, e essas outras coisas que as mães costumam fazer no aniverseario de seus filhos pequenos.
Mas, com a gente foi diferente, e hoje, ao invés de organizar sua festa, organizo meus sentimentos, minhas emoções. Tento organizar a minha vida sem você, fisicamente, e é uma organização diária, visto que tudo é mutável e me deparo com diversas situações adversas que mexem com estes sentimentos.
Tento imaginar como você estaria agora, se estaria sapeca, se estaria falando sem parar, se estaria já correndo por ai...este exercício me faz crer que você não é fruto da minha imaginação (juro que as vezes me pego pensando isso).
O seu crescimento não é visível aos olhos de ninguém, tampouco aos meus, mas você cresce em um lugar livre, só seu. E a mamãe se esforça bastante para deixar no mundo as suas marquinhas, fazer com que a sua importância seja passada através do meu aprendizado de alguma maneira. Não tenho pressa, pois temos muitos anos pela frente, e continuaremos caminhando juntas, como sempre foi.


Hoje, fecho os olhos e consigo ainda sentir o nosso toque, as suas mãozinhas, o seu charminho com o furinho no pé. Lembro exatamente dos seus olhos iaguais aos meus, dos cílios...
Aprendi a fazer isso, mas não abaixo mais a cabeça para sentir você, como costumava fazer. Ainda busco em mim respostas para tal gesto. Aprendi a levantá-la.
E você se foi, entretanto, aquele imenso vaizo que ficou foi se preenchendo aos poucos com meu amor por você, por novos amigos, amigos que conheci justamente pela sua falta.
As vezes chego a conclusão de que você está todo o tempo cuidando de mim, engraçado como a minha sorte mudou neste 1 ano. Tenho muito boa sorte nas coisas diárias, o que não acontecia antes. Me pego pensando que você deixou a sua sorte terrena aqui comigo...

Seu pai te escreveu uma carta linda, filha, que li para em voz baixa. Queria muito que vocês tivessem se conhecido pessoalmente, mas, aqui nesse plano, existem algumas regras, e somente o outro papai podia te visitar. Me conforta saber que a ligação entre vocês ainda existe. A titia Maria Carla me levou um caleindoscópio de aniversário. Fiquei emocionada ao vê-la, pois ela conhece a sua mãe, não somente a Karen que as pessoas que convivem comigo, conhecem. Vê-la ali, foi como se ela tivesse me levado mais um pedacinho seu.

Obrigada por ter me escolhido, boneca. Você é o meu maior presente, meu maior amor, minha razão mais importante para seguir em frente.
Te amo muito.
Feliz aniversário.
um beijo,





Para aquecer a mamãe:

13 comentários:

Parabéns. Fico muito emocionada cada vez que leio suas palavras...Minha filhinha tem 7 aninhos e pede sempre uma mana. Tua boneca vai ser sempre tua boneca, mas torço pra que Deus te dê filhos que possam estar com vc fisicamente sempre.Te parabenizo de novo, por toda essa tua força, admiro a capacidade que vc tem de descrever esse amor todo. Que é lindo, lindo...Me contagia quando leio e sei que não é somente comigo. Saiba você que ensina o amor a muitos que passam por aqui.Nem toda a mulher que pariu é mãe como vc.Um beijo grande pra ti. Comemore. O dia é seu. De vocês! Sandra.

28/04/2009, 09:03  

Karen, querida
Suas palavras encheram meus olhos de lágrimas e meu coração de alegria.
Hoje, um ano depois, você reescreve a história da Valentina com um tom mais calmo, sereno, que me faz ler com um sorriso no rosto, apesar das lágrimas. E vc nem sabe o quanto essa evolução me deixa feliz!
Viva o nosso anjo da boa sorte!!
beijos
Maria Carla

28/04/2009, 10:33  

Karen minha filha querida!

Nesse dia tão especial, não poderia deixar de registrar algo em seu blog.
Nem sempre temos entendimento das coisas que nos acontece, mas com o passar do tempo, que sempre é o melhor remédio para tudo, compreendemos, ou pelo menos tentamos aceitar, que no fundo aquilo que nos acontece, sempre tem um motivo "maior", e com certeza a Valentina veio a esse mundo, mesmo por pouco tempo, para chacoalhar as nossas vidas,nos tirando do comodismo, letargia, et,etc, fazendo que, com sua presença, sua força e sua luz, déssemos o devido valor as coisas e as pessoas que realmente interessam nessa vida.
Nossa estrelinha sempre irá brilhar em nossos corações!
Tenho muito orgulho de você!
Amo muito vocês!
Beijos
Mamy

28/04/2009, 14:55  

Sandra, Maria Carla,
Adoro receber a visita de vocês, o coração sempre fica aquecido. palavras sábias...

Mamy,
vocâ, mais do que qualquer pessoa no mundo sabe a transformação que a Lelê causou em mim, e em nossas vidas. Sempre serei grata por tê-la em minha vida. Assim como sou grata pela mãe que tenho. Obrigada por ser quem vc é, por estar sempre ao meu lado.
te amo demais.
bj

28/04/2009, 15:02  

Karen
Que lindas, as palavras da sua mãe!!! Agora já sei a quem vc puxou.
beijos

28/04/2009, 23:46  

lindeza.
não me canso de me admirar com o teu (re)nascimento, junto com a tua pequena. tua forma despudorada e intensa de entregar-se ao que for preciso, e chorar, e sorrir, e crescer, é pura poesia. lindo de se ver.
parabéns. para vocês duas.
bjo

29/04/2009, 13:56  

Karen,
Parabéns pra vc e sua boneca Valentina.
Bjs.

29/04/2009, 14:05  

Acredito q "nada acontece por acaso".E ñ foi casual q conheci o teu blog hoje.Conheço a tua dor, só q o meu"Anjo Azul", tinha 16 anos.Estou vivendo neste 2009 a síndrome do ninho vazio, pois minha"Flor", já mulher, foi morar aí em S.Paulo.Ler teus textos foi o q de melhor q me aconteceu nestes últimos dias.Bjs.

01/05/2009, 23:48  

Tata,
e você jea deve estar em mais um nascimento, que delicia. obrogada por sua doçura, sempre por aqui.

Sheyla,
saudades.

Olá Milu,
primeiramente, obrigada por sua visita.
Não sei se entendi exatamente sua história, mas se é como li, entendo a sua dor. Uma vez, uma pessoa muito seabia me disse, perder um filho é a maior dor do mundo, independente se ele tinha 1 dia, 1 semana, 1 mês ou um ano. É sempre um enorme vazio. Você, sente falta das coisas que viveu, e eu sinto das que nunca viverei.

Fico feliz, por conseguir tocar alguém, e mostrar com outros olhos, o mundo, pelo menos por alguns minutos.

Um grande beijo, e volte sempre.

02/05/2009, 00:43  

...!!!!
vc sabe...toda hr venho aqui ler mais 1 pouco,pois de 1 vez só ão dei conta!

02/05/2009, 00:44  

Dani,
eu sei. força amiga.
bjo

02/05/2009, 00:52  

Karen, sempre acho que não vou chorar mas nunca consigo segurar, o sentimento sempre aflora e as lagrimas começam a rolar...

12/05/2009, 17:35  

Como assim? Não tinha visto esse post...

Não preciso falar como estou me sentindo. Quando vejo a foto da Lelê segurando seu dedo, sempre desabo. Mais uma vez, não consigo imaginar o que seja viver essa situação que vc viveu. Tem mesmo que exitir algo além disso aqui, tem que existir mesmo um Deus, um depois, um reecontro, a recompensa, a justiça! Como queria estar aí, agora.

Adoro vc, flor!

29/05/2009, 09:46  

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