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Desde o último post, venho pensando em como começar o próximo.
Hoje, acordei com uma imensa saudade de minhas amigas de Oz, desejo de lê-las, saber como vão, já que tenho sido um pouco ausente desta Terra, tão segura pra mim.
Na casa de Coração, sua deliciosa transparência me deu vontade de fazer igual. Porque que raios, estava eu, pensando em como dizer que não consigo explicar a mim mesma, o motivo de eu não conseguir me decifrar?
Em um trecho sobre edição, ela promete-se não editar. Caiu a ficha de quem eu jamais editei um post, porque agora eu pensava tanto em como começar um? Contei meus rascunhos, são 5.
Apesar da calmaria no coração, do espírito, a contradição de diversos sentimentos me deixa confusa, não pela confusão, mas pela minha mania de pensar demais em tudo.
Sinto enorme necessidade de escrever, escrever, escrever.
Quando criei este blog, nunca tive a intenção de ter leitoros, quanto menos assíduos, quem diria amigos. Aí tantos (no caso, tantas) de vocês apareceram. Leitores, os assíduos e as amigas. Também por isso, sinto falta daqui.

Tenho passado o tempo, desde a última comemoração de mais um outono, em descobertas constantes de mim mesma. Confesso que apesar de bem confuso, é incrivelmente delicioso.
Aqueles cacos coloridos, que eu tinha esperança de montar um caleidoscópio, foram de uma vez pro lixo. Quando menos percebi, eles estavam no cesto do prédio, com o seguinte aviso "sem utilidade", assim não corria o risco de baterem à minha porta para devolver. Agora, tenho um caleidóscopio novinho, que ganhei da Maria Carla. Este sim, possui infinitos desenhos coloridos e novos, tirando sempre um sorriso de meu rosto.
Mesmo não gostando de falar ao telefone, costumava carregar na bolsa 03 celulares, uma de cada operadora, para falar com quem eu quisesse sem gastar muito, e geralmente, falava com poucas pessoas. Hoje, tenho somente 01, e falo com pelo menos 5 vezes mais pessoas que outrora.
Uma vontade imensa de estar com todos os meus amigos têm prevalecido, com isso, resgatei amigos de infância, por acaso ou de propósito reencontrei pessoas que há tempos não via e das quais tanto gosto, liguei mais para os melhores amigos, fiz novos queridos amigos, e assim, me lembrei o quanto amo todos eles. Acho um tanto engraçado, esse amor tão grande por eles. Cada um do jeito que é, cada um de uma parte da minha vida, cada um com seu cotidiano, seu caminho, seu destino.
Isso explica eu estar aqui, em um sábado quase ensolarado, quase nublado, sem me cobrar por estar em casa, escrevendo. Também quero estar perto de vocês, queridas de Oz.

Se o universo é contraditório, eu também posso me permitir ser.
Desde a descoberta da exêistncia da Lelê, por questão de sobrevivência aprendi a enxergar os dois lados de tudo. Aprendi a enxergar os dois lados, o lado bom x ruim, o lado ruim 1 x lado ruim 2, lado bom 1 x lado bom 2, o meu lado, o seu lado, o lado do outro, o lado dos três, os lados de tudo. Como sou abençoada por ter tido tempo de aprender isso. Minha filha deve ter deixado o coração dela comigo, pois meu coração parece gigante com tanto espaço, a maioria preenchidos com tantas coisas, pessoas, sentimentos, desejos diferentes. E o melhor de tudo, cicatrizado.
Vai ver por isso, o coração da boneca era do lado direito. Dextrocardia, diz o termo médico. Não caberiam dois corações do lado esquerdoo de meu peito, segundo as leis da física.
A infinidade de possibilidades é boa demais, mas bagunça e diariamente passo certo tempo tentando organizar.
Quero desenhar, pintar, dançar, conversar, compartilhar, ouvir, ver...mesmo quando nem sempre tudo isso faz sentido.

*



*** não existe um sentido para eu ter escolhido essa música, mas é uma das músicas que me fazem bem e tem feito parte de eus dias. mas olhando por outro lado, olha quanto sentido ela tem.

agora ela acredita que ELE escuta, alguns, de seus pedidos!
ela está ausente, mas volta logo logo. Dá tempo de você fazer uma pipoquinha.

07.05.2008

02:10 am. Meu 11 de setembro particular.



Bom, confesso que por um tempo, pensei ansiosa a respeito daquela data especial. Não fazia a menor idéia de como meus sentimentos se comportariam. Na véspera a tranquilidade era um ótimo sinal. Durante a noite, uma leve insônia. Lembrava de não conseguir dormir facilmente, mas acordei como se tivesse caído no sono bruscamente. Corpo descansado, ok, o dia começou bem. Estava dentro do horário, nem adiantada, nem atrasada. Mais um bom sinal (quem me conheçe sabe que perco a hora praticamente todos os dias, não por preguiça. Simplesmente não ouço o despertador, e olha que coloco 2).

Trimmmm- trimmmmm - trimmmmmm.
- "Oi filha, hoje é um dia especial, parabéns para nossa estrelinha."
- Oi mãe! Obrigada, parabéns pra nossa estrelinha!
- "Como você está?" amo essas perguntas diretas, pois só ela possui tanta liberdade para fazer.
- Estou bem , feliz, não sinto vazio algum.
- "Quem bom, lindinha." ela realmente saberia se eu mentisse. "Então, tenha um bom dia."
- Você também.
- "Fique bem." (praticamente uma ordem!)
- Ficarei.
- "Te amo."
- Eu também.


Segui para visitar o lugar, onde hoje, possui o que um dia foi matéria da minha boneca.
Fiquei lá por alguns minutos, nenhum sinal de qualquer sentimento ruim. Pensei "acho que estou conseguindo, filha".
No caminho para o trabalho, uma sensação engraçada, como se eu sentisse ela ao meu lado.
"Ah, enlouqueci, acho!". (cresci no meio de espíritas, cerio em muitas coisas do espiritismo, mas não tenho uma religião somente). Acredito em muitas coisas, mas seria loucura demais imaginar que ela estaria assim, tão pertinho de mim.
"Nossa, engraçado, meu lado direito está mais quente, eu heim..." (ah, seria sorte demais).
Entrei no escritório, uma amiga virou e disse:
-"Nossa, tem uma luz linda com você, do seu lado direito"
-"eu sei, é a Valentina, está comigo desde cedo." com toda propriedade do mundo!! ("Ufa, ainda bem que não enluqueci!").
sim, eu sei que ela está sempre comigo, mas nunca, a não ser quando ela estava viva, que senti aquele mesmo calorzinho. Foi quase físico. Tinha uma energia ali.
Na volta pra casa, me emocionei, por ser merecedora daquele dia. O aniversário foi dela, porém eu recebi aquele presente tão surreal. Ela não me deixou sentir sua falta, naquela data tão especial.
E assim, senti, até adormecer.

Louca? Talvez.

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