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Bom, semana chegando ao fim e muitas novas resoluções na minha vida. O movimento ainda é pouco, mas o importante é mudar de dentro para fora e não de fora para dentro. Ou seja, agir, e não reagir. O quarto está desmontado, mas isso é assunto para um próximo post.

Você, sempre se colocou em segundo lugar, na segunda posição. Não fui eu que te coloquei aí, foi você mesmo. Como já comentei em algum post, geralmente as pessoas reclamam do que não fazemos e nem sempre reconhecem o que fazemos.
Você teve espaço, não ocupou porque teve medo. Desde que me comprometi com a sinceridade entre nós cumpri com este compromisso. Venho cumprindo desde então. Às vezes eu chego a conclusão de que você não tem coragem o suficiente para me acompanhar. Você teve a faca e o queijo na mão.
O engraçado é que eu te admiro em todos os sentidos. Seria muita sorte ter você do meu lado. E tive. Não como gostaria, mas tive.
Eu não te abandonei, mas decidi cuidar de mim mesma. Sim, eu sei que você cuidou de mim. Sou grata, muito grata, sei que não poderei retribuir, mas saiba que mesmo que eu tenha pedido você escolheu estar ao meu lado. Você foi o melhor dos homens quando eu mais precisei. Mas não foi quando eu mais queria. Eu me afastei porque cansei da metade. Não sou mulher de metades, comigo é tudo ou nada, 8 ou 80. Por você abri uma excessão e mesmo assim nunca me arrependi.
E não só me afastei por cansar da metade como me afastei por me querer inteira. Hoje não sou sua e de mais ninguém, eu sou minha. Só minha. O meu amor hoje é o mais puro...mas ele é da Lelê. E sei que você não acha isso ruim. sabe melhor do que todos o que eu passei e senti, deve saber também que ela de certa maneira deve olhar por você, já que você cuidou tão bem de nós duas.
Agora estou livre, coraçnao livre. Amo sim. Não se esquece alguém desse jeito. Mas prefiro amar de longe. Por mais que diga o contrário, quando chegou a hora você não teve forças para entrar na minha vida. Eu quis muito. Hoje, acho que você nem tanto, pois falar é fácil.
Você nunca quis que eu falasse de você, mas aqui estou. Por mais que não acredite eu também te amo. Mas se não acredita, também não importa. Obrigada por tudo. Obrigada por fazer minha vida mais leve, meus problemas menos difíceis. Você é incrível, sorte de quem tiver você e azar de quem te perdeu. Amo muito vcs dois (kc e vc). Se não nos cruzarmos mais nesta vida o casamento pos mortem está de pé por aqui.

E, para embalar meus dias de folgas mineiros....(obrigada amigo marketeiro que gosta de doce de leite!)

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.


Carlos Drummond de Andrade


Pronto Estrela! Alcançou-me o coração! Sem medo....


Sempre soube que não sou perfeita, muito menos sirvo de exemplo para alguém. Sei que não tinha nascido para ser uma boa dona de casa. Cozinho mais ou menos, não sei tirar manchas...Também nunca achei que tinha nascido para ser a profissional mais importante do mundo, com citações nos meios de comunicação de maior destaque. Também sei que não nasci para ser a esposa ideal. Aliás, não tenho certeza nem se nasci para ser esposa, quanto menos ideal. Como também
não nasci talhada para tocar nenhum instrumento musical, nem praticar algum esporte, e por mais que eu goste de dançar, sei que não nasci para ser a nova revelação da dança...por todos estes motivos, eu sempre vaguei meio sem rumo por aí. Sempre fiz um pouco de tudo mas nada com perfeição. Só agora eu descobri qual minha verdadeira vocação: nasci para ser mãe. Com isso me encontrei, mudei, descobri que dentro de mim existe uma pessoa que eu nem fazia idéia, vezes melhor, vezes não.

Para mim, era difícil assimilar que eu não era mais sua. Porque mesmo quando a gente ainda não estava junto eu já era sua. Mesmo quando a gente ficou meses sem se ver, eu continuava sendo sua. E quando eu tentava te esquecer com quem valia a pena, sem sombra de dúvida que eu era sua sim. Sei que na maior parte do tempo você não era meu marido, nem meu namorado, nem nenhuma outra palavra que possa ser colocada depois do pronome "meu". Sei que na maior parte do tempo
eu estava com você, mas você não estava comigo, e por mais que eu tentasse fazer você estar comigo você fazia pouco caso disso, já que não estava mesmo comigo. E quando eu tentava me afastar de você, aí mesmo que você não estava comigo nem em sonhos nem em pesadelos. Só que um dia depois de tanto tempo sendo sua e continuando sozinha, eu deixei de estar sozinha. E aí você disse: "ou ele, ou eu". Escolhi ele. E por mais inverossímel que parecesse você passou a estar comigo tanto quanto eu estava com você.
E para isso acontecer eu precisei passar por cima do meu orgulho, dos conceitos de uma sociedade inteira e, principalmente de você. Não foi nada fácil não, mas pelo menos eu achei que épocas difíceis haviam ficado para trás. Que o tempo em que eu era sua e estava sozinha, isso tinha ficado no passado. Só que, quando eu menos queria, isso voltou a ser realidade. E se já era difícil não ser nada sua antigamente, agora é que ficou impossível. É como se tivessem me dado uma amostra grátis só para eu sentir que gostinho tem a felicidade.

Não foi por falta de amor não. Só que ao contrário do que sempre acreditei, amor não basta. E você confirmou isso. O que basta é uma das perguntas que ando me fazendo ultimamente. É claro que me lembro dos momentos felizes, e eles não são poucos não. Pra falar a verdade, a grande maioria dos meus momentos mais felizes foi com você e dado por você. Nisso, você sempre foi craque. Mas só nos comerciais de planos de saúde é que a vida é feita de momentos. A vida real é um conjunto de momentos sim, mas é feita também de compromissos, responsabilidades e outras coisas não tão divertidas.
Esse monte de coisas que quando foi necessário você incorporar na sua vida, você não conseguiu e virou outra pessoa.

Sabe, se desse pra levar a vida como antigamente eu ainda acreditaria que amor basta. Só que não dá para voltar no tempo e mesmo que desse, eu não voltaria. Porque as mesmas coisas que fizeram com que fosse impossível a gente ser feliz junto me fizeram mudar e ter a possibilidade de ser feliz agora.
A dor que sinto cansa, e muito. Cansada, sim, mas feliz. Não pense que estou fazendo pouco caso da nossa felicidade anterior, mas é que ela é muito pequena comparada a felicidade que sinto hoje, mesmo estando longe dela. A felicidade que sinto é quando penso que tive a oportunidade de ter uma filha incrível, que mesmo sem me dizer uma única palavra me mostrou do que sou capaz. Sou capaz inclusive de perceber que ser humilde e não ter orgulho não é feio (coisa impossível em outros tempos não??). Percebo cada vez mais que é ela que estava me dando coragem pra viver e não eu a ela.

O seu domínio sobre mim acabou. Eu mudei, não sou mais a mesma pessoa que negava todos os seus defeitos e te olhava somente com bons olhos. Você mudou também. Ao contrário de mim você tornou-se feio, arrogante. Sua arrogância provém de sua fraqueza em mostrar ao mundo a pessoa que eu admirei. Ao contrário de mim você endureceu, vive em um mundo faz de conta onde tudo parece belo, mas você sabe que não passa de um mundo superficial onde as pessoas fingem estar felizes sempre. Que vergonha...Tudo o que você esconde hoje é a sua melhor parte. Parte que essas pessoas não conhecem quando olham para você no alto de seu pedestal. Desce daí, você está horrível! Por gostar de você magoei pessoas muito mais importantes. Não percebe que o espaço que foi ocupado por você não está mais disponível? Está vazio mas não é mais seu. É meu espaço, somente meu. Toda sua influência sobre mim acabou, você não conhece mais as minhas fraquezas o que você sabia sobre mim já não vale de nada. Eu até que tinha algumas boas lembranças mas você fez questão de pisar em cima das minhas flores e destruir completamente o meu jardim, e olha que reguei sozinha as flores que restavam por muito tempo. Agora as planto sozinha. E não adianta tentar me enganar com palavras que eu já gostei de ouvir porque hoje, para mim, elas são vazias. Pode até ser que sejam verdades da sua parte mas eu gostava de ouví-las de outra pessoa. Você pensa que serei sua para sempre. Gosta de repetir isso, mas eu não sou mais e você nem percebeu.
Pode saber que sinto saudades da pessoa que você era, uma pessoa capaz de se fazer apaixonar por qualquer outra, uma pessoa extremamente gentil, com um coração imenso. Uma pessoa que não gostava de magoar ninguém que ama, que não tinha vergonha de demonstrar os sentimentos, de sorriso fácil... E é para esta pessoa também que agradeço por ter me dado a melhor coisa da minha vida, mesmo que o final não tenha sido dos melhores.

Mas esta saudade não se aplica a pessoa que você se tornou, a pessoa que você me mostrou. Não se aplica a pessoa que existe hoje dentro de você. E por isso mesmo que é só saudade. Porque saudade é um sentimento que mora no passado, sem presente nem futuro.
E saiba que você nunca me domou pois existem alumas mulheres que simplesmente não podem ser domadas e precisam de um homem tão selvagem quanto para acompanhá-las.
Demorou, mas aprendi isso.



Imagem: Bicho Solto


Neste momento a serenidade foi ocupada pela indignacão envolta pela revolta. A maioria das pessoas possuem um grande defeito que percebo cada vez mais e quando dirigido a mim incomoda bastante. A mania de julgar sem ter passado por uma situação igual. Não me refiro a situação semelhante, me refiro a igual mesmo. Na minha opinião ninguém tem capacidade para julgar se não estiver na pele de quem julga. Bem confortável é "dar conselhos" quando se olha por fora, dizer deveria fazer isso, agir desta forma, seguir aquele caminho. A todos estes desejo que continuem sempre nesta posição e engulam suas opiniões pois estou farta delas. Bem farta mesmo. Se alguém ainda não ouviu de mim um belo " VAI SE F..." é porque a minha educação ainda prevalece e pode ter certeza que enquanto me dá conselhos é exatamente esta ou algumas frases piores que mentalizo à você.

Para quem não tem filhos é demasiadamente fácil falar qualquer palavrinha pois não tem a mínima noção do que é o amor incondicional e quem os têm não consegue nem imaginar o tamanho da dor de perdê-los. Estes últimos são bem mais plausíveis e dificilmente falam coisas sem sentido.

Seria importante as pessoas entenderem que perder um filho não é a mesma coisa que perder aquele seu querido animal de estimação que você tem desde que usava fraldas. Indiferente se a Valentina tinha 9 dias, 1 ano, 01 dia, 5 horas. Alguém deixa de sentir falta de um ente querido quando ele se vai, ou nunca mais vai pensar na pessoa simplesmente porque ela morreu? O seu animal de estimação com certeza não é mais importante do que isso. Eu não posso simplesmente ir a um pet shop e comprar uma filha. Percebe a diferença????

Estou e continuarei agindo de acordo com o MEU tempo, seguindo o meu coração. O meu tempo não é igual ao tempo de ninguém, cada um tem o seu próprio. Ouço de algumas pessoas a seguinte frase "você precisa seguir em frente, não pode viver de passado".. A questão aqui é: A VALENTINA NÃO É PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO, KCT!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Estas pessoas pensam que o fato dela não estar mais aqui é motivo para que eu não pense nela, não exponha fotos dela, não fale dela, e por aí vai. Falta uma pouco, digo muita, sensibilidade por parte destas pessoas para entender que por menos tempo que ela tenha ficado aqui ela foi um ser humano, ela tem uma mãe, um pai, avós, família. Ela fez parte de cada uma dessas vidas. A presença dela é passado mas a existência dela será sempre na forma presente do indicativo. Mais uma vez, percebe a diferença?????

Não me importo se algumas pessoas não sabem como falar comigo, o que falar, tem receio de ouvir, ou qualquer coisa do tipo, mas sinceramente, não esperem que eu aja como se a minha filha nunca tivesse existido porque não o farei. Cada um lida com sua dor da maneira que sabe e consegue. Eu não tenho medo de enfrentar a minha e jamais, em tempo algum esconderei de quem quer que seja a existência dela. As vezes chego a conclusão que são um bando de covardes que não sabem agir e não tem coragem de se colocarem em meu lugar, portanto evitam o assunto ou me evitam.

Nada disso significa que eu não esteja seguindo em frente, na verdade estou tão avançada que vejo o quanto estas pessoas são medíocres em gastar seus preciosos tempos me dando conselhos que não pedi. A vida é minha, a filha é minha, o presente, passado, futuro são meus, portanto não se preocupe comigo e vão cuidar de suas vidas para que seus castelinhos de areia não sejam levados pelo vento e vocês não sejam obrigados a ouvir seus próprios conselhos.

Quem não entendeu, para ficar bem claro este post não se trata da minha dor, e sim da mania que as pessoas têm de julgar como as demais agem. A minha dor não é um problema, nunca foi e jamais será.

E você, que costuma vir aqui e me ver sempre tão calma, evoluída, não se assuste. Foi um desabafo.


Imagem: Getty Images

"A descoberta de um erro em axiomas ou primeiros princípios baseados em fatos é como a quebra de um feitiço. Desaparecem o castelo encantado, a montanha escarpada, o lago flamejante. Os caminhos que conduzem à verdade, e que imaginávamos tão longos, tortuosos e difíceis, revelam-se como são: curtos, abertos e fáceis." HENRY BOLINGBROKE (1735)

E eu me sinto assim, pelo menos momentaneamente. Por alguma razão, estes dias consegui perceber que por mais que eu tenha um belo motivo para achar a vida difícil, não a acho. De alguma maneira percebi que as coisas fluem, os ciclos estão encerrando-se naturalmente sem que eu precise agir muito para que isso aconteça. É primordial nesta minha fase que os ciclos se encerrem, já que estou recomeçando. Como respondeu minha terapeuta certo dia a uma afirmaçnao minha "você não está começando tudo de novo, você está recomeçando. Um novo começo de uma nova etapa sendo uma pessoa diferente". Sábias palavras. Não sou mais a mesma realmente. Vezes ou outra me pergunto se é a idade ou se são os fatos que me modificaram, mas concluo que é uma mistura dos dois. Gosto muito mais de mim hoje.
Por muito tempo despretensiosamente me neguei a encerrar alguns ciclos, mais tarde fiz o máximo para encerrá-los. Não deu certo. Agora eles encerram-se naturalmente...

Posso garantir que sinto falta de alguns vícios, mas as vezes é preciso libertar as pessoas mesmo que não queiramos ser libertas por elas. Entretanto, as coisas são como devem ser, não adianta insistir quando percebe-se que mada mais acontece.

Entre todos os ciclos, faltam somente dois se encerrarem, todavia não dependem de mim, mas da vida.
Tudo é tão simples quando não questionado. Gosto disso. Pela primeira vez nesta minha maluca vida estou confortável com as mudanças.




fragmento: do Lat. fragmentu
s. m.,
pedaço de um objecto quebrado ou rasgado; extracto ou resto de uma obra; parte de um todo; fracção; migalha; estilhaço.


Diariamente ela recolhe os seus, esforçando-se para colá-los com perfeição. Apesar de apenas cacos, tem grande esmero com eles. Cada pedaço contêm algum valor sentimental que nem mesmo com muito esforço ela conseguiria desfazer-se deles. São restos de uma obra de arte fabulosa, feita com muito carinho, cada detalhe fora feito com muita diligência até atingir o quase perfeito. Foram anos de muito trabalho, obra que nenhuma quantia monetária poderia adquirí-la mesmo ainda se os artistas que a fizeram estivessem vivos. "Sombra do futuro, sobra do passado...transformar a perda em nossa recompensa..."

Certo dia, cansada, sem entender porque as penas caem, as escamas renovam-se, porque as vozes insistem em dizê-la o que fazer, sem mesmo procurar uma resposta para o que não pode perguntar, após utilizar todos os tipos de cola, e materiais, envolveu-os em um jornal e colocou-os no cesto de lixo certa de que as faces já gastas de tanta manipulação não regenerariam-se mais. Naquele momento eles pareciam pertencer muito mais ao cesto de lixo prateado do que a qualquer parte, gaveta, móvel ou armário em que ela pudesse colocá-los. Por alguns segundos parou e indagava-se "como isso aconteceu?..."quem a quebrou?..."será que o tempo a deixou tão frágil que se quebrou sozinha e nem percebi?". Entretanto não havia respostas e o destino certo dos exuberandes e delicados fragmentos coloridos era o lixo. Tentou por tantas vezes remontar a obra mas ela não chegava nem perto da aparência original, e por vezes, suas mãos sangravam manipulando os delicados pedaços.
Aquela obra fora lindíssima outrora, exibida com orgulho e ganhava na casa espaço principal. Sentiu-se culpada por conseguir livrar-se deles com tanta facilidade, senão sua certeza de que aqueles pedaços não tinham mais utilidade. Ela estava exausta de conviver com fragmentos, de qualquer coisa que fosse e não conhecia alguém que pudesse recuperar a obra, nem mesmo ela que conhecia mínimos detalhes do todo.

Pensou em resgatá-los mas sabia que em algum momento deveria livrar-se deles. "Quem é que guarda cacos em suas coisas?" perguntava à sua ainda sã consciência. Os pedaços já não tinham mais um lugar definido em sua casa, não saberia onde abrigá-los, mesmo os pedaços que tinham alguma beleza por si. Sem falar no constrangimento já que certamente qualquer pessoa que a visitasse pensaria naquela maluquice.

Para sua surpresa o funcionário da limpeza não os levou com o restante ali deixado, certamente pensou que estavam ali por engano, uma vez que os estilhaços ainda fazem algum sentido, pelo menos para quem nunca viu a obra inteira.
"Seria aquilo algum tipo de advertência?" Mas não pensou muito sobre isso, pois decidiu definitivamente não prestar mais atenção em fenômenos considerados num dado tempo independentemente da sua evolução, mesmo que acreditasse em sincronia.
Ultimamente a vida não enviava sinais nada claros sobre qualquer coisa a ela. Mesmo assim os recolheu e jogou-os num canto da sala de jantar, na esperança de que qualquer dia desses saiba que destino dar ao que sobrou, respirando aliviada por ver que há no móvel um grande espaço para uma nova obra.

Imagem: Getty Images

Paciência

Acordei hoje e vi o dia lindo que está aqui. Adoro a vista da minha casa. Bem rara em São Paulo. O céu azul e ensolarado traz de volta um gostinho de infância, quando eu morava em Atibaia e o céu era sempre azul. Quando o ano demorava a passar, o natal nunca chegava, e as férias passavam rápido. Adorava época de férias para vir a São Paulo, hoje quero sair correndo daqui. Como demorava para passar o ano...
Paciência sempre faltou em mim, desde que me conheço. Quando era pequena imaginava que os adultos sempre tinham tudo sob controle, pensava que ser criança não era tão bom assim, tinha que obedecer aos pais, aos professores, aos mais velhos.
Hoje, queria muito ser criança de novo e ter alguém controlando um pouco a minha vida. Engraçado como nem sempre sabemos o que fazer quando temos nas mãos algo que queremos tanto, como nossa própria vida.
Descubro cada vez mais que a paciência é uma das melhores qualidades que uma pessoa pode ter. A vida exige paciência em tudo. Paciência para atingirmos nossos objetivos, paciência para encontrar a pessoa certa, paciência para ter o emprego tão desejado, paciência para atingir um certo nível profissional, paciência para viver os 4 anos na faculdade, paciência no trânsito, paciência com os outros, paciência para esperar os 9 meses por nossos filhos, paciência para amenizar a dor, paciência durante a estrada para chegar em nosso destino mesmo que a estrada seja longa.
Acho que estou aprendendo a tê-la.

Sheyla Ramos, mais uma querida de blog, fez uma linda homenagem à mim e a Lelê. Como ela mesma me disse "A inspiração na mudança surgiu no pouco que conheço da sua história com a doce Valentina."

Obrigada Sheyla, é muito gostoso receber carinhos como este. O link está no título, passem lá para ver coisas muito deliciosas que ela escreve.

Quando tudo encurtou-se,
Nada mais abrasou-se.
Os sinos aquietaram-se,
E as flores ilharam-se.
...
O sorriso pelo apego
Era esperança por um aconchego.
Mas havia uma enxurrada de cascalhos
E a vastidão de inúmeros atalhos.
...
Sonhos desmesurados
E delicadamente adocicados.
Amor sobre-humano,
Até breve, meu encanto!


Bom, já que o assunto são as relações humanas, chegou a minha vez de falar sobre. Difícil saber ao certo a melhor maneira de agir. Magoar ou não uma pessoa que gostamos (entendam aqui a amizade) florindo a verdade ou lançar a amargura da notícia, ou fato?
Sou avessa a ferir os sentimentos das pessoas, principalmente das mais próximas. Tinha por primazia poupá-las de coisas pequenas que pudessem magoá-las, mas me sentia incômoda.
Na época em que engravidei magoei profundamente algumas pessoas, e por tantas outras fui magoada. Dessas, algumas me perdoaram e perdoei outras.
Passei então a observar. Observei meu comportamento com as pessoas e elas no geral. Com o tempo percebi que a comunicação entre a maioria dos seres humanos não é clara, a maioria tem uma capacidade de comunicação reduzida. Escolhemos cuidadosamente nossas palavras para manipular, agradar as pessoas, controlar, reprimir e aliviar culpas. Nossa comunicação cheira a emoções reprimidas, pensamentos reprimidos, motivos escondidos, baixa-auto estima e vergonha. Rimos quando queremos chorar, dizemos que estamos bem quando não estamos. Permitimo-nos ser "mortos e enterrados". Justificamos, racionalizamos, compensamos e passeamos com os outros em volta do quarteirão. Atormentamos e ameaçamos, ou nos deixamos atormentar e ameaçar. Às vezes voltamos atrás por isso. Às vezes mentimos. Nos desculpamos muito. A maioria das pessoas são indiretas, não dizemos o que queremos dizer, e o que dizemos nao é o que queremos dizer. Mas ninguém faz isso de propósito. Ou tentamos proteger alguém ou tentamos nos proteger. Aprendemos que não se deve dizer exatamente o que se quer e deseja, ou seja, é definitivamente proibido dizer não, magoar. Achamos que não temos o direito de dizer não, não temos certeza do que queremos e desejamos e quando o temos, nos sentimos culpados por isso e certamente não vamos ser honestos sobre eles.
Um dia, omiti um fato de minha mãe, nada grave, só um convite para um almoço que ela não foi convidada pois lá estaria uma pessoa que ela não conversava na época, e mais tarde quando ela soube ficou chateada comigo. Daquele dia em diante refleti muito sobre este tipo de ação e decidi que diria sempre a verdade a quem quer que fosse, por mais dolorido que possa ser. Para colocar totalmente isso na prática ainda terei pela frente algumas conversas esclarecedoras e doloridas.
Conversando sobre o assunto com a minha terapeuta, Bel César, ela leu um trecho de um de seus livros, o Mania de Sofrer:
"O medo de magoar aqueles que cuidaram de nós gerou o sentimento de culpa que nos faz sentir responsáveis pelos sentimentos alheios. Por isso, muitas vezes, quando adultos, não demonstramos sentimentos negativos para evitar a ameaça representada pela decepção alheia: "se eu não te agrado, é melhor você buscar outra pessoa". Assim, preferimos suportar o desconforto interno a correr o risco de decepcionar aqueles que amamos. Diante deles, buscamos preservar a imagem que estamos plenamente satisfeitos, afinal, eles são o máximo e sendo assim sempre nos satisfazem!"
Em outro trecho ela diz: "Você já se deu conta de que existem certas pessoas que jamais conseguimos agradar? Aliás, toda vez que tentamos fazê-lo, elas se aproveitam de nossa tentativa de aproximação para reclamar daquilo que nós não fizemos...

Em algum outro capítulo que não encontrei agora ela fala sobre permitirmos o abuso emocional com atitudes do tipo "você não vai me ajudar justo agora?", "mas eu preciso de você, você é mais forte que eu...", quando as pessoas nos fazem agir de acordo com o que querem nos fazendo sentir culpados. Mas isso é pauta para outro post.

Desde então, me permito agir da maneira com que eu sinta bem, sou sincera comigo e com meus sentimentos, correndo riscos ou não. Cada qual deve aprender a lidar com suas frustrações, estou aprendendo a lidar com as minhas. Digo o que quero dizer, sem rodeios, sem medo ou vergonha.
Posso dizer que ganhei muito, mas também perdi, já que nem todos me compreendem. Enfim, não quero mesmo o título de boazinha o que eu preciso agora é de paz. Garanto que é um caminho mais difícil. Os soldados que restarem e me aguentarem terão uma Karen bem verdadeira, sem máscaras.

Imagem: Getty Images

Bromélias

Linda flôr, comum, bela. Em suas lembranças as bromélias sempre terão algo paterno. Ele tinha muitas plantas e flores em sua casa mas bromélias sempre foram especiais. Não sabe porque, mas jamais verá uma sem pensar nele. Era um grande amigo, apesar de nunca ter morado com ele era figura presente em seu dia-a-dia, participante apesar de repentinos sumiços. Tinha problemas com álcool, mas ela não incomodou-se com isso quando pequena, pois amor nunca lhe faltou. Era um camarada gentil, engraçado, tirava facilmente sorrisos de qualquer rosto triste. Inteligente, impossível não se apaixonar por aquela figura cativante. Seu sonho era ter a família dos comerciais de margarina, mas demorou para que a conseguisse. O primeiro casamento ainda muito cedo, dois jovens não tinham maturidade para dar solidez a uma casa, uma filha. Esta muitíssimo amada, disputada praticamente a tapas. Não conseguiu na primeira tentativa, mas deu certo na segunda, anos mais tarde.
Aproveitou muito a vida, fez tudo o que teve vontade, inclusive foi irresponsável consigo mesmo. Sempre dizia "a vida é uma só, viva plenamente". Deu mais dois irmãos para aquela menina que também adorava uma família numerosa. Um homem lindo por dentro, com tantos defeitos como outro qualquer, mas como ele mostrava o que era "viver" a seus 3 filhos. A mais velha sempre teve uma relação diferente com ele, eram amigos. Quando ela perdeu a virgindade ele foi o primeiro a saber. O homem, no alto dos seus 30 e poucos anos via a responsabilidade de sua menina, acreditava em seu sucesso. A defendia com unhas e dentes das dores que a vida colocava, mas não percebia que ele mesmo causava algumas. Mesmo assim, ela a via como seu melhor amigo. perdoava seus erros e também o defendia. Não mudaria um defeito ou qualidade naquele que chamava de pai. Ele não fazia tudo certo como a maioria destes mas ela amava aquele sujeito espontâneo, tinha orgulho dele. Uma vez, fez com suas próprias mãos uma casinha de bonecas de madeira inclusive os móveis, quase do tamanho dela.
Ele fazia o que estivesse em seu alcance para vê-la feliz e o que não estava ele dava um jeito de alcançar. Um certo dia, quando pequena ela pediu as estrelas de natal. Sua avó dizia que não se podia ter as estrelas pois estas eram de todos e o homem disse "se você quer as estrelas eu as darei a você". Então, na noite de natal ela ansiosa por seu presente olhava para o céu estrelado e pensava "as estrelas ainda estão lá".... Quando abriu o embrulho feito tão carinhosamente por ele seus olhos encheram-se de leagrimas pois a caixa estava cheia de pequenas estrelas brilhantes com um cartão estas são as estrelas mais especiais, pois vieram do coração e não do céu". Ela nunca esqueceu aquela noite.
Ele tinha tanto orgulho dela, estava feliz que faltavam só alguns meses para a formatura dela na faculdade e dançariam a valsa dos pais para comemorar.
Então, 4 meses antes do baile aos 49 anos ele se foi deixando aqui uma filha que muito aprendeu com ele. Não dançaram juntos mas o homem estava muito bem representado pelo sogro dela, um segundo pai. Ela não chorou, sabia que de alguma forma ele estava a seu lado. Provavelmente agora está com sua neta apresentando-lhe as flores, as bromélias.
Em sua última conversa, um pouco debilitado ouvindo-a falar que faria de tudo para doar-lhe um órgão, disse "isso é consequência dos meus atos, não estou com medo. Portanto, minha filha, viva intensamente e sem medo mas apesar de tudo cuide de você com o amor que eu cuidaria".
Homem sábio.

O Livro


Quando descobri que a Lelê tinha um problema, na época o diagnóstico era de hérnia diafragmática, meu mundo foi em ruínas. Sentimentos dos mais variados tipos invadiram-me sem que eu tivesse tempo de detectá-los e dizer a mim mesma que tudo ficaria bem. Não, nem sempre as coisas ficam como gostaríamos mas leva-se algum tempo para perceber que os fatos são como deveriam ser.
Partiu então, de uma pessoa muito querida a idéia de escrever um tipo de diário para a Valentina. Era um modo de trazer esperança de que algum dia eu entregaria a ela aquele livro, ou seja, ela estaria viva para ter a oportunidade de conhecer sua mãe aos 30 anos. Foi para mim uma oportunidade de colocar meus sentimentos no papel e descobrir como lidar com eles. Escrever para a Valentina fazia com que eu não usasse minha mente de forma imprópria, não ficasse extremamente preocupada, obcecada e cheia de pensamentos ansiosos. Aprendi com isso a abandonar esses padrões. Minha mente conseguia trabalhar direito e era possível analisar os fatos. Foi uma fase bem difícil pela incerteza do futuro com ela, mas era possível de certa forma ter muito mais fé, e perceber o meu comportamento diante das circunstâncias.
Fui a uma papelaria que amo e comprei o caderno mais lindo, com capa dura, de couro e folhas totalmente brancas, sem linhas. Não queria linha alguma para delimitar o nosso espaço.
Comecei: "minha amada filha,"...
Me imaginei conversando com ela aos 15 anos, a idade em que pretendia entregar-lhe aquele presente. As palavras escorriam por meus dedos e eram impressas por uma caneta com escrita fina, tênue nas folhas brancas.
Era difícil discernir o que deveria ou não falar-lhe já que não tinha a intenção de falar de outras pessoas e estas faziam parte de minha vida e daquele momento primordial. Igualmente não queria parecer-lhe perfeita, já que não o sou, e nem mesmo quase perfeita. Deixei então as palavras fluírem preparando assim a minha mente para um pouco de sossego. Expressei o que sentia saudavelmente, o medo, o amor, as notícias, as consultas, a família, as orações, o dia-a-dia. Ela conheceria sua mãe como uma pessoa outra qualquer e não como a figura materna.
Após seu nascimento, eu passava os intervalos entre as visitas escrevendo pois meu desígnio em expressar as sensações vividas naqueles dias era absurdo. Estava desprovida de palavras para expressar o excesso de emoções. Mesmo desse modo, escrevia com os recursos que me eram abundantes - sentimentos. Algumas páginas tinham borrados, tradução de lágrimas.
Na ocasião dos preparativos para seu enterro tratei de libertar cada folha escrita já que o livro era grande para o pequeno espaço, dobrei-as com todo meu amor e lhe entreguei da maneira que pude.
O que foi escrito era destinado à minha boneca e assim cumpriu seu destino.

Imagem:Valcox's Flickr.

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.


Carlos Drummond de Andrade

Difícil é dizer qualquer coisa que Drummond não tenha dito aí.



Tem dias que me sinto assim. Ando, ando, ando, dou meia volta e lá estou eu novamente no mesmo lugar. Será um labirinto? É como se eu estivesse naqueles filmes franceses de romance onde a mocinha entra em um jardim alto atrás do mocinho, e quando a câmera mostra de cima é na verdade um labirinto, a mocoronga se perde lá, grita desesperadamente seu nome e quando o encontra percebe algo estranho em seu rosto, mais precisamente em seus lábios. São os caninos. Oh! Ele é um vampiro! E corre dele mas o macho tem mais força (não esqueçam que ele tem uma força sobrenatural) e a alcança sugando-lhe o sangue. Na vida real, a energia.
Os dias passados refleti bastante, desde a pataquada. Domingo senti uma necessidade extrema de "me sentir em casa" e peguei a estrada rumo à Atibaia (morei lá boa parte da minha infância) e faz 6 anos que não voltava. Fui, sem compromisso, sem ninguém, sem rumo certo.
Passei nas ruas onde brinquei muito, em frente a minha escola, em frente a casa onde meus tios moravam, em frente a casa de amigos, nos lugares que eu gostava de ir. Ruas que outrora eram compridas e largas agora são curtas e estreitas. Vi o quanto cresci, e posso dizer que me senti em casa. Meu objetivo ali era ver se me encontrava para dar continuidade as minhas últimas escolhas e parar de correr atrás do meu próprio rabo. A sensaçnao foi como se me aconchegasse no colo da minha avó.

Imagem:Nyominx's Flickr.

Todos ficam muito bravos comigo se falo que Deus não existe e acho que aqui não será diferente, mas que me perdoem os católicos, evangélicos, espíritas, kardecistas, e os demais mas nem todo mundo que passa um perrengue atrás do outro se apega mais em Deus. Comigo foi ao contrário, me afastei. Dele e de tudo mais que possa existir em questão de religião. Continuo sim acreditando que somos mais do que esse corpinho, que existe algo depois da morte, em karma mas não no restante. Talvez por isso eu goste muito mais do budismo. Mas falar sobre religião, política e futebol rende muito, portanto não é minha intenção provar nada a ninguém mas falar sobre meu ponto de vista. E ponto final.

Continuando, nas vezes que comento com pessoas próximas que Deus (se é que ele existe, vamos supor que sim) deve ter um plano bem engraçado para mim não é brincadeira. Isso desde pequena, sempre aconteceram fatos na minha vida que me fizeram pensar que ele fica lá em cima rindo da minha cara e esperando para ver como me saio das coisas que ele coloca para mim.

Eu, cada vez mais descrente de qualquer coisa tento buscar o conforto que preciso não em nenhuma religião, mas dentro de mim. Acho que o segredo está nisso. Mas claro, como ser humano é bem difícil praticar estas coisas todos os dias até que faça parte naturalmente. Sexta feira fui em um lugar, um centro espírita, ouvir algumas palavras para ver se ajudava. E como não poderia ser diferente, aconteceu um fato que me fez desacreditar mais ainda. Acho que o lugar existe desde 1973 e óbvio, justo comigo fizeram uma cagada enorme (com o perdão da palavra..hahaha). Sou bem esperta é difícil me enganar, isso está nos genes!
Tudo bem, não atingi meu objetivo que foi buscar naquele lugar conforto mas voltei para casa rindo, muito feliz, porque percebi que o conforto e a paz que necessito não está em nenhum lugar e nenhuma pessoa além de mim mesma. É só olhar para dentro.

Não sei se isso é bom ou ruim, preciso me lembrar de perguntar para a minha terapeuta mágica (é gente, ela faz mágicas comigo já que sou uma pessoa bem teimosa) sobre isso. Eu simplesmente não consigo parar de olhar para a foto da Lelê. Fico em dúvida se traduzo este ato como pura saudade, desejo imoderado, excessivo ou uma regra comum.
Tenho fotos dela na sala, no meu criado mudo (sim eu dou boa noite e digo que a amo), no fundo de tela do computador e aqui no blog.
Ao acessar a minha página meus olhos dirigem-se diretamente para a minha boneca. É um movimento rotineiro e automático. Ontem meu estado era de total tranquilidade, hoje é de saudade. Sendo assim, me pego conjecturando se terei estas alterações emocionais no decurso de minha existência. Volta e meia dói o peito quando vejo as diversas mães com seus filhos passeando nos carrinhos lá em baixo (isso minha terapeuta mágica - Merlin - disse que segue a normal) e detalhe, o prédio que moro é novo, entregaram em março portanto está cheio de recém casados formados por g®ávidas e recém nascidos. Ouço choro de bebês diariamente, haja coração.
Ai ai...remanesce portanto a cantoria...ouvindo essa música eu não consigo mesmo segurar as lágrimas.


Mixwit

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