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Nessa época do ano, não raro faço o balanço anual, mas sem motivo algum, não fui pega este ano por tal vontade até que em uma visita ao blog da Tata - Bicho Solto li um post que me despertou a fome de olhar atenciosamente este ano que fica.

2009 foi em sua maior parte um ano de testes, fui testada em relação a todos os meus aprendizados declarados em 2008 e confesso que alguns momentos foram difíceis, principalmente quando me deparei com reações inesperadas. Por outro lado foi o ano em que encontrei ele que tão rápido quando um trovão passou a fazer parte intensamente da minha vida, fazendo com que eu aprendesse a dividir meu dia a dia, minhas realizações, preocupações, sorrisos e lágrimas.

Começo 2010 de mãos dadas com ele, com novas possibilidades de trabalho, com opções de caminhos a seguir, com o coraçnao cheio de esperança e a cabeça cheia de idéias, com o amor ainda maior pela minha boneca, se é que isso é possível.

E seguindo a idéia da Tata, em 2010 não posso esquecer:
Que nenhuma dor é insuperável, que não existe certeza, que há males que vem pra bem, que infelizmente, ainda existem pessoas que tratam a amizade como descartável, que preciso parar de me cobrar tanto, que não adianta tentar ajudar se a pessoa não se ajuda, que muitas pessoas, assim como eu preservam a amizade, que alguns arrependimentos são momentâneos e não só os meus, que não sou obrigada a amar só porque é da família, que o universo me escuta e atende, que é possível amar de novo, que nem todos os homens são iguais, que tenho muito orgulho de quem sou e do meu caminho, que continuo muito ciumenta porém mais controlada, que as mãos amigas aparecem quando menos se espera, que agora consigo entender a dor da perda e não sofrer com ela, que a Valentina continua sendo o melhor presente que a vida me deu, que minha mãe se torna cada dia mais incrível, que passei a gostar de abobrinha, que é possível retomar velhas amizades, que o ponto do risoto é mais durinho, que aprendi a escutar mais do que a falar, que minha intuição não falha mesmo, que as vezes é preciso ser dura mas nem por isso perco a ternura, que minha timidez diminuiu, que continuo adorando escutar mil vezes a mesma música, que não sou mas consumista (eba!), que pisco é uma delícia, assim como banho de girassol, que algumas mães não devriam mesmo ter filhos, que as pessoas podem me surpreender muito mais positivamente, que negocio bem, que as vezes sou dura demais com pessoas muito queridas, que sou filha de iansã, que tudo pode mudar, que todas as mudanças são válidas, que errar é humano e nem sempre proposital, que quando se ama nada é impossível, que eu sou muito eu e parecida com mais ninguém.

Um brinde ao ano novo!

Ouvi ontem esta frase assistindo House. Sou super fã do seriado, acho o máximo como as fraquezas dos seres humanos são exploradas a cada episódio. Ontem, por ventura, Wilson, já uma forte segunda demonstração de amizade por um amigo, tem uma grande decepcão ao notar que mesmo passando por uma quase morte e sendo salvo por Wilson, o amigo tem uma atitude nada amigável.
Ao desabafar sobre sua decepção com o amigo a House, o egoísmo em pessoa, vê-se obrigado a reconhecer que nem sempre o carinho e a amizade verdadeira é recíproca.
Ok, se isso é só uma série, mas quando hoje me senti na mesma posição de Wilson, entendi o real significado do que House lhe disse. Pelo menos contrário ao amigo leal da série ainda tenho meu fígado intacto.

Coração partido se reconstrói, não tenha dúvida, o meu então, nem se fale, já é craque nisso. Pior que decepção amorosa é decepção de amizade. Minha sorte é que consigo me desligar das pessoas e fatos com uma facilidade incrível e quando isso acontece, não há nada que me faça mudar de idéia. Pode ser de sangue, pode ser de infância. Aqui tem um coração que quando gosta de alguém é de verdade, sem segundas intenções, sem pretensões...Pode até ser magoado e deixar de lado, mas não abuse. Abusar dele, é distância na certa. E você, querida, abusou. Não uma, nem duas ou três mas muitas vezes. Se algum dia você descobrir o que é uma amizade verdadeira se arrependerá de ter tratado mal a tantas pessoas, de só procurá-las quando está só. Amigo é aquele que mesmo de longe torce pelo outro, que fica feliz com a felicidade do outro, que dá broncas, que ri junto, que chora junto, que comemora, que liga somente para sar um alô. Quantas pessoas fazem isso com você? A partir de hoje, subtraia uma.

Para mim, sobram muitas, as de infância, os irmãos de coracnao, aqueles que torcem por mim, aqueles que estão felizes pela minha felicidade, os que mesmo de longe estavam presentes.

Este fim de ano traz com ele as melhores limpezas da minha vida, no trabalho, nas relações. tenho a mais certeza absoluta que 2010 será um ano leve, limpo, sem amarras, sem obrigações.

Aproveito aqui para desejar um ano novo maravilhoso para os meus amados amigos, aqueles de sempre, de ontem, de hoje e futuros.

E sorte para você.

A conversa ao telefone encerrou-se em torno de 40 ou 50 minutos, mas ela repassa, repassa e repassa todas as conversas de hoje ao telefone e não encontra onde se perdeu.
O arrependimentou então, tomou conta daquele corpo deitado na cama, vazia com a falta dele naquela noite...
Repensava agora, os acontecimentos de ontem, anteontem e não entende onde está leve curto circuito. Sorte sua ter estado lá dentro ontem mesmo, horas atrás e deu-se conta da megere que se tornou em alguns momentos. Caiu a ficha, que toda essa segurança não lhe dá o direito de falar o que der na telha e ainda pensar que tem razão.
Manda então uma mensagem: "Desculpe, meu amor, não esquecerei de quem somos juntos e errar com você, por surtos impensados e egoístas... Não merecemos."

Ha semanas me sinto em dívida por não ter escrito aqui. Divida esta que sinto comigo, por não ter prestado muita atenção em todo meu sentido e não a este espaço cibernético que tanto adoro.
Em dias que estou sozinha, a quantidade diminuiu muito desde que dei o ar da graça pela última vez (que sorte a minha!), a incapacidade de colocar pensamento em forma de bits me dominava de uma tal maneira que me fazia pensar "não preciso refletir sobre tudo, oras!"...pensamento sorrateiro que só!
A unha um pouco mal lixada, enroscava-se no mouse pad de tecido escuro e deslizante, e a música da vez em meu playlist diz:


a suavidade dos últimos tempos havia me paralisado de tal maneira, um ouvinte em carne e osso de todos os meus sentimentos e pensamentos que antes aqui eram escritos.

(inacreditavelmente, meu navegador deu pau e fechou sozinho, sorte que o blogger salva automaticamente!)

Cada vez mais, acredito que escrever me centra, sinto nitidamente que é o meu melhor momento racional, e me faz perceber a tamanha teimosia ao duvidar que o universo nos dá o que pedimos, e quando vem sempre nos assustamos já que não veio exatamente no tempo que gostaríamos. Nem a vida tira 10.

Parece complicado, no fundo é bem simples. Simples....adoro esta palavra e todo seu significado.
Simples como 2 + 2 = 4. Só que eu não faço matemática da vida, e você? Excluindo o fato de eu nunca ter tirado 10 em matemática, e na graduação fazer exame justamente desta matéria, para no mínimo utilizar uma HP12C. Simples, como 2 + 2 = 4. Faz esta conta em uma HP se não a sabe usar direito e a mesma questão terá como resposta 5.

No fundo, desde minha infância eu duvidada daquele "10" como nota em provas, soava meio bobo. Preferia o 9,5 pois ainda me dava 0,5 para ansear um pouco mais e trazia a tona uma enorme força de vontade, desafios.
Na varanda, em um final de tarde, ele me escuta durante horas seguidas, acompanhados de uma cerveja e outra taça de vinho esqueço de todo o 0,5 que me tira a paz.

E no playlist, Jorge Ben canta: "perseverança, ganhou do sórdido fingimento, e disso tudo nasceu o amor....toca, toca pra Ogum, Ogã, toca pra Ogum!!!!!!

Paula Lima com seu samba chic, traz a leveza adormecida...

Só pode estar no Y, essa mania de mudar de canal de 30 em 30 segundos. É como uma força sobrenatural sobre o controle remoto, e este se tornasse workaholic. Irritante para uma mulher.
As vezes fica bonitinho, coisa de homem.
E com aquela facilidade, ele muda nossos canais quando a novela está chata, ou o filme cansativo, ou o romance muito dramático. Gosta das comédias. Dos filmes de ação, tem fixação. Para nessa comédia romântica que eu quero ver mais.


Toy Kombi stuck in the sand, originally uploaded by Sand Lovers.

Beatriz adorava passar férias com a família da parte de seu pai. Ela tinha quase cinco anos de idade quando seus pais se separaram. Ficou decidido que ela moraria com a família por parte de mãe, revezaria feriados entre as duas famílias, e passaria férias com a família por parte de pai.
Nossa, como sentia-se sortuda, antes tinha uma família só, agora tinha duas!
Tais momentos eram tão esperados pois havia um número de pessoas bem maior lá. Haviam muitios tios e tias, já a quantidade de primos era menor. Gostava mais de uns tios que de outros, mas tinha paixão por todas as tias.
Lembra bem quando a tia mais nova, com a idade de sua mãe, conheceu um rapaz especial. Os dois namoravam no carro, e ela sempre passeava com eles. Em pouco tempo, a menina estava também encantada com ele e sendo assim, ficou muito feliz quando, prometeram-se passar o restante da vida juntos.
Tem em suas lembranças, imagens de visitar seu novo tio em um hospital na Av. Vergueiro onde ele trabalhava e até hoje não sabe qual era sua função lá!
Desta bonita união nasceram dois filhos. O primeiro, uma menina, era extremamente doce, e um tanto quanto chata! O segundo, um gorducho bebê de olhos azuis, que viera a se tornar o primo mais lindo de todos, ariano com um enorme coração. Era o tio preferido de todos os sobrinhos.
Aos 25 anos, aquele tio tão querido, já mais grisalho, a abraçava parar amenizar a dor da perda de seu pai. Sentia o mesmo carinho de quando era menina, mesmo com o pouco contato atual.
E, em um 06 de setembro ele passa mal e ssua tia o leva ao hospital.
Instantes depois a notícia: aneurisma cerebral.
Dois dias depois, em seu msn lê de sua tia mais velha: vão desligar os aparelhos. Te ligo para dar notícias.
Beatriz foi dormir sem que seu telefone tocasse, aflita. Sentiu saudades daquela época, e pensava em quanto aquele senhor faria falta.
Beatriz jamais se esquecerá daquela velha kombi. Na homagem vai uma música que é como seu jeito:


, originally uploaded by yosigo!!!.

Em determinados momentos, quando Joana se olha, percebe que mesmo tanto tendo mudado, volta e meia reeprende-se com alguns poucos antigos pensamentos. Mesmo o ato de orgulhar-se do desprendimento familiar, aquele, sanguíneo que obrigatoriamente a fazia chamá-los de família, tornava-se contraditório até para si mesma. Não era nada particular, somente pelo fato de Joana ter se acostumado assim desde pequena. Entre confusões adutlas sobre quem reclamou o que de quem, ela sempre tivera seu olhar voltado a aquele que sempre foi o seu amigo. Até mesmo quando ele não era dono da razão. As vezes, ela, sentada no balanço que ele mesmo construiu, pensava "pra que complicam tanto?". O tempo passou e ela se tornou um deles. Adulta.
Agora sim, ela sentia na pele que nada é mais difícil que a simplicidade.
De uma coisa, Joana ainda tem razão sim: é possível escolher a família, no seu caso, são todos aqueles com os quais ela faz questnao de estar, de falar, os que ela sente saudades de verdade, mesmo que não sempre se vejam, faz parte desta família, os que moram longe, os que falam um outro idioma, os ãque do uma bronca de vez em quando, os que ligam mesmo sabendo que ela não gosta de falar ao telefone, e quando ouvem sua voz meio mau humorada, ficam felizes somente por ouví-la, aqueles a quem ela as vezes também falha, e com ela falham, mas o carinho nunca se perde. Aqueles que estão sempre com ela, aquele, o mais novo na família e tão amado, que dela cuida, aqueles com quem ela ri, aqueles que a conhecem até pelo olhar. Raros deles consanguíneos.
A maioria, do coração. Entre eles, a semelhança de que esta paisagem, quando olhada representa tudo aquilo além do que se vê.
Da obrigatoriedade, quando ela não se via nas fotos das últimas comemorações e sentia um aperto no peito. Saudade do tempo que ele estava aqui, e ela gostava de estar entre eles, sentia-se em casa, como deveria ser.

Flickr

This is a test post from flickr, a fancy photo sharing thing.

o amor é brega, simples assim.
mas quem não se permite ser um pouco brega, está perdendo a delícia de vivê-lo por completo, e adotei a filosofia: "sem medo não há coragem".



"Aqui, eu sei, um brilho me mantém, não pára
Na dor, a cor não falta, não
E não gasta

Calou, me vem, subindo, me mantém acesa
Vazou pra ti,
Se chegou aí, beleza..."
Beleza, Mariana Aydar


Paro em frente a tela de postagem e fica um branco...não há falta do que dizer, mas não tenho sabido o que dizer, o que sinto é que a calmaria que está minha vida me preenche, e mesmo que em meio a algumas tormentas em um continente ou outro, ela segue, assim, com dias de céu azul e a certeza de que em tudo existe um porque, que mesmo quando tudo parace dificil eiste um lado bom, e que quando as coisas parecem realmente perfeitas, olhando de erto elas não são. Assim, nesta minha bagunça organizada, me encontro, e quando não consigo ele me dá a mão e tudo fica mais fácil.
Inquieta que sou, mexo e remexo em minhas idéias, decido reorganizar as gavetas, rearrumar o armário, limpar a agenda, faxinar os sentimentos, e assim, dia a dia abrido mais espaço para coisas boas entrarem.
Pena, que, é impossível não achar algo estragado no meio de tanta bagagem. Mas ok, se eu guardei aquele vasinho quebrado, pois ainda o achava importante, me fizeram decidir jogá-lo fora. Não vou guardar algo tão feio assim, que não traz beleza e sim falta de vida ao lugar em que estava guardado.
Realmente, me entristece quando vejo pessoas tão queridas pra mim, que por puro egoísmo, tratam minha amizade como um objeto, descartável. Poderia até me esforçar e conversar contigo, mas de verdade, não vou gastar minha energia com algo que já remendei algumas vezes. Tudo o que mais deseja, é o seu pior defeito. Um coracão de pedra, não pode abrigar um amor, querida.
Sorte minha, ter humildade para abaixar a cabeça para vida quando ela me dá lições, senão olhando para você saberia como estaria amanhã. Em 01 ano, aprendi a minha maior lição, em 12, não aprendeu a sua. Minha boa sorte pra você, daqui em diante.Pena, que não torça por mim como torço por você. Mas, life's go on. A minha está indo.
Jogado fora, tal desabafo, posso voltar a dar minha atenção ao cultivo da minha plantinha, quero continuar cuidando-a para que cresça muito.

São subidas que não acabam jamais, a ansiedade pela descida, o frio na barriga de lançar-se ao desconhecido, os loopings, as voltas de cabeça para baixo, a espera pela terra firme. Depois, dá uma vontadezinha de andar de novo, só pelo fato de sentir tantas coisas em apenas 3, 5 minutos. Assim também é a vida. Há exatamente 01 ano, havia em mim um misto de esperança, aceitação, saudade, incertezas, coragem, e uma vontade imensa de superar sua perda.
O texto, escrito com toda minha alma e coração explica a você a beleza e importância dos sakuras, assim como você pra mim.

Pela primeira vez me lançava de verdade às dores e às delícias de fazer pequenas reparações em minha vida, analisando todo e qualquer sentimento, me permitindo ser quem eu era, sem medo algum. Sim, era, pois olhando pra trás vejo que me tornei uma pessoa mais forte, mais paciente e passei a acreditar qe a vida me reserva muitos momentos lindos pela frente, e sei também que momentos não tão fáceis devem me esperar. Mas, ok, respiro fundo e vou. Não tenho você aqui presente, mas acordo todos os dias pensando em como tenho sorte em ser sua mãe, o quanto sou grata por você ter me escolhido. Por mais que o tempo passe, jamais vou esquecer os seus lindos olhos, seu rostinho meigo dormindo, sua mão seugurando na minha.

Confesso que a caminhada até aqui teve dias difíceis, outros nem tanto, outros extremamente felizes, e outros simplesmente comuns. Não sou a pessoa mais corajosa do mundo, mas dentro do possível me esforço para continuar em frente, levando você sempre comigo. No último mês tudo ficou mais leve, tenho ele ao meu lado, caminhamos juntos, e o mais gostoso é que até sua existência é compartilhada entre nós. Antes com quem só eu aprendia, aprende também mais alguém, um alguém que queria muito ter te conhecido. Mas a vida é assim, uma montanha russa, nunca se sabe o que vem ali na frente.
Os sakuras continuam florescendo por aqui filha, mas aqueles olhos azuis estão na mesma direção que os meus, e foi por você que ele me conheceu como sou.

"...É preciso do silencio para se fazer o som
E é preciso perder antes de achar algo
E é preciso um caminho para se ir nenhum lugar
É preciso uma taxa para você se importar
É preciso um buraco para ter uma montanha"


É, realmente é preciso viver todos os lados para entender o que importa. Você me ensinou isso.



Existem 5 momentos que jamais esquecerei na vida, principalmente por não conseguir entender até hoje exatamente o que senti:
- Quando peguei aquele beta hcg nas mãos e li "grávida";
- Quando ouvi aquele chorinho gostoso, pela primeira vez, e juntas choramos;
- Quando ela fez graça com o pezinho para me mostrar que fizeram um furinho;
- Quando ali, em meus braços, ela deu seu último suspiro;
- Quando ela foi sepultada.

Resumindo assim, parece triste, uma história que não deu certo, uma fatalidade, mas a verdade é que nenhum destes momentos foi completamente feliz ou completamente triste.
Até hoje não consegui entender como foi exatamente a organização dos meus sentimentos, uma mistura de super poderes com boneca de porcelana. Me sentia tão forte e tão frágil, como se eu pudesse tudo e ao mesmo tempo, nada pudesse. Com a felicidade vinha o medo, com a tristeza vinha a esperança.

Com o passar dos dias, as vezes longos, outros nem tanto, percebi que este amor desmedido, incontrolável era mais forte do que qualquer dor de perda. Tive uma confirmação do meu aprendizado de desapego, coisa que não é tão simples se não na marra. Só um amor tão grande era capaz de uma lição tão rápida, afinal, tive menos de uma hora para me despedir.

Me levantava a cada dia e pensava: "hoje será menos difícil". Passei a sorrir mais, mesmo que não tivesse razões para fazê-lo. Após viver o meu luto, aprendi a aceitar o que a vida me dá, e com isso, passei a entender que por mais que eu queira algo, se aquilo não acontece da maneira como gostaria não significa que não foi bom, mas que existe algo pra mim lá na frente, algo diferente que eu nem sequer, imaginei. Tive momentos em que tive uma certeza profunda que jamais seria completa novamente, e falava isso com toda propriedade. Mas a vida como sempre, me surpreendeu.

Os meus sentimentos foram se organizando, claro, com meses de reflexão e questionamentos sentada na varanda, tomando uma xícara de café puro. Passou o outono, a primavera, o pôr-do-sol tornava-se cada dia mais lindo e os sorrisos mais espontâneos.

Continuo acreditando que a vida não é feita somente de momentos felizes, entretato, tenho plena consciência de que os momentos difíceis são mais construtivos. talvez, eu não tivesse crescido tanto sem passar por tudo isso, doeu, bastante, mas talvez tenha que ser assim mesmo.

Hoje sinto uma paz que jamais havia sentido em toda minha existência. Se eu não tivesse tido uma certa coragem em enxugar as lágrimas e seguir em frente, não teria conhecido ele, que traz consigo e desperta em mim um amor do qual eu nem lembrava mais como era sentir.

Quando era criança, eu não tinha idéia do que a vida significava. Gostava de sentar aos pés do meu bisavô, que passava as tardes contando histórias a mim e a minha prima. E cotidianamente, após aquelas viagens na qual os três embarcávamos, fazíamos uma visita ao tio da padaria de onde sempre levávamos alguma guloseima. Mais tarde, corríamos para ver o nosso bisavô tirando o "olho de vidro" para lavar (ele usava prótese, coisa que fui aprender bem mais tarde, mas atee então, meu bisa era mais legal ainda que os outros pois só ele tinha o "olho de vidro"!!).
O maior medo era não ganhar a tão esperada Barbie com a roupa de gala, ou ter os móveis preferidos escolhidos primeiro por minha prima na brincadeira de casinha. Lembro-me como se fosse hoje, como tanta simplicidade as vezes me faziam pensar que era chato demais ser criança, mas mesmo assim, nunca desejei que fosse diferente.
Mas o tempo passa, e assim como todos, cresci, e passei de criança a mulher. Dias atrás, me peguei falando pra minha mãe: "ser adulto cansa, queria só um pouquinho, voltar a ser criança". Tenho certeza que todo adulto já pensou isso em algum momento de sua vida.
Ser adulto traz consigo outras delícias que não tínhamos na infância, entretanto, alguns aprendizados um tanto quanto doloridos.
Hoje, olhando pra trás, pensando no meu caminho até hoje, entendo quando alguns amigos falam de sua admiração na maneira como lido com as coisas. Sabe, confesso que não foi fácil, principalmente aprender a viver com a ausência da minha boneca, e para estes, tão queridos, a explicação é a seguinte:



se tiver cuidado com seu coração, seus sentimentos e acreditar que, por pior que esteja sua vida no momento, acredite, mesmo a maior dor do mundo um dia acalma, este coração dolorido cicatriza. Tudo passa. Toda felicidade e toda dor passam, assim, em um piscar de olhos, é preciso saber olhá-los e sentí-los, e, o mais importante, como diz Robert Carlos, saber viver. Geralmente, há beleza na flor com espinhos.

O Plural

Recomenda-se ler com a trilha...depois, veja o vídeo.



Havia um certo tempo desde o último amor, ela até que estava se acostumando bem com a vida singular, mesmo que, as vezes estivesse ali um sujeito, bem ao lado. Aos olhos dos outros uma mulher singular, que se fortificava e crescia, diariamante. Mesmo sentindo-se dessa maneira, percebia também, a enorme diferença entre a capacidade e a execução desta independência. Sem contar que não era este, no fundo, seu verdadeiro jeito de ser. Ela gostava como qualquer outra, de mimos.
Se deixar cuidar ficou difícil. Permitir sentir ficou praticamente impossível, e quando ela percebia que os sentimentos mais intensos estavam prestes a florescer, saía em disparada, totalmente sem rumo, com a única intenção deixar essa sensações bem longe de si. O lado negativo deste estado de não se achar sob domínio ou influência estranha é que, a maioria das pessoas acostuma-se com ele. Ela era prova disso.

Com o passar das fases, a mulher percebeu que a maioria das coisas em sua vida tornaram-se mais fáceis de administrar, mas ela sabia também que não era a maneira mais gostosa viver, porque tanta simplicidade trazia consigo certa solidão.
A questão não era a falta de pretendentes ao cargo, mas o tamanho da exigência de si mesma e racionalidade diante deles. Justo ela, que outrora foi tão emocional...
Lembrava-se ainda, que o último a quem ela amou, não tinha o mesmo timming. Fora extremamente importante em sua vida, mas os dois não conseguiam acertar os passos.

Foi então que, ele passou a fazer parte de sua vida. Podiam-se dizer colegas, o conhecimento sobre a vida do outro era razoavelmente superficial. E, da mesma maneira como os furações, terremotos, totalmente sem aviso, no meio de histórias e vulcões que se olharam de verdade.

Ela aprendeu com ele, que nem sempre precisa-se de timming, o momento é agora. Se todos esperassem sempre pela hora certa, talvez não houvesse o Grito da Independência. Ele percebeu com ela, que, na chuva, sempre tem alguém disposto a se molhar com você.

Eles têm andado de mãos dadas, como velhos amantes, sentem-se como se convivessem há anos, são cúmplices.
Ele acreditou nela, e ela confiou nele. São muito parecidos mas com histórias diferentes por isso se entendem.

Ela reaprendeu a dividir, a se entregar. Ele pronuncia sempre na 1a pessoa do plural, e ela adora. Ela teve medo e ele mostrou que ela pode sim. Ela e ele viraram tão derepente, eles, onde as noites tornaram-se mais suculentas e os dias mais saborosos.
Entre vinhos e risadas, conversas sérias e outras nem tanto, entre risotos e beijos eles têm se divertido.

Ao lado dele, ela tem vontade de ficar.


Pouco tempo atrás, li este lindo texto da Tatá, texto que adoraria ter escrito. Cada frase contém um pouco de mim, foi identificação instantânea. Não como aquelas sopas ralas, macarrões moles. Muito mais denso, com toda sustância necessária para viver cada um daqueles sentimentos.

"porque eu quero ser tudo o que eu puder. chega de barreiras, de limites, de cercas me delimitando espaço e me dizendo por onde eu posso ou não posso ir. meu caminho é o mundo inteiro. todas as cores, todas as dores, todos os 'sims' e todos os 'nãos'. eu quero tudo, o amor e a dor, quero da cabeça aos pés, quero por fora, por dentro e o que mais tiver direito. vontade do mundo. vontade de vida, vontade de me deixar colorir por dentro.
às vezes é assim mesmo. vem um tufão impiedoso, derruba tudo pelo caminho e deixa a gente de peito aberto, indefeso diante da vida.
dá medo. ah, dá. um medo danado.
porque é intenso, e derruba, e transforma. e às vezes dói. e às vezes muito.
mas quando a gente se levanta no dia seguinte, olha pela janela e um sol desavergonhado vem nos dar bom dia convidando a começar tudo de novo, ai, que vontade que dá.
eu tô assim.
pura vontade. pura intensidade.
os braços abertos antes do salto de pára-quedas. o imenso vazio azul-celeste até onde a vista enxerga. o coração batendo acelerado.
e aquele friozinho inconfundível na barriga."


Porque a enorme vontade de ser, fazer e viver é grande. Vai além do óbvio a mistura diversos e intensos sentimentos, então, não raras vezes saio correndo. Do outro lado da linha, aquela voz tão firme, sempre sabe o que diz: "permita-se", dizia ela. Saia do chão, sonhe, porque você pode. Você é linda por dentro e por fora. Pare com essa auto-sabotagem.
Tudo bem, pode entrar, porque quero torbellino e muito mais.

imagem: Thais Beltrame


A vida é realmente muito maluca. Quando era criança pensava que conforme as pessoas cresciam os caminhos já eram definidos, que todos cresciam, estudavam, se formavam, namoravam, casavam, tinham filhos, pagavam contas, envelheciam, tinham netos, e morriam. Mais ou menos assim. Nunca percebi a complexidade da vida, de ser adulto, do dia a dia, das mudanças de caminhos, da quantidade de amores que podemos ter, de quantos sentimentos diferentes existem, de quantas infinitas possibilidades temos, simplesmente pelo fato de estarmos vivos.
Se eu tivesse prestado um pouco mais de atenção teria visto que os meus pais, ali, bem aos meus olhos eram exemplo clássico dessas diversas possibilidades.
Confesso que cresci não os entendendo, e por serem tão diferentes, desenvolvi uma mania de criticá-los. Mal sabia eu, que sou tão parecida com eles. Então a menina cresceu, a princípio somente em tamanho. Queria ser diferente daqueles dois tão fora do padrão. Ser fora do padrão era tudo que eu não gostaria de ser. Mas eu já era, e não percebi. A mesma vontade de viver que meus pais tinham, era enraizada em mim. Hoje, entendo perfeitamente aqueles dois, que eu chamada de loucos. Eram loucos pela vida. Que lindos. Ainda bem que sou filha deles, não poderia ser filha de uma Maria e João, Paulo e Regina, Carlos e Lucia. Sou filha deles, sou como eles. Trago dentro de mim essa vontade de sentir as coisas, de amar as pessoas, de superar as dores, de crescer, de ser digna em todos os meus momentos. Com eles, aprendi a não ter preconceito, sou muito grata por isso.

É muito bom, poder ver beleza onde a maioria das pessoas vê feiúra. Um exemlo clássico desta minha curiosidade pela vida, me leva ao Sr. Raimundo. Raimundo, seu nome de batismo. Fala o português perfeito, sem erros, pronúncia clara. Temos algo em comum que é a escrita. Assim como eu, ele gosta muito de escrever, e o faz com magnitude. Vejo Sr. Raimundo diariamente a caminho do trabalho. Há anos passo em frente a sua morada, sempre com muita vontade de parar para conhecê-lo pessoalmente. Tenho a idéia clara de que posso aprender algo com as histórias de vida alheias onde sei que posso encontrar a beleza que não é vista a olhos nus.
Sempre atrasada para o trabalho não conseguia parar para bater um papo com o Sr. Raimundo.
Mas aquele desejo crescia, e certo dia acordei bem mais cedo, passei na padaria, comprei um pedaço de torta de frango para levar, afinal, não se chega na casa de alguém pela primeira vez com as mãos abanando.
Não consegui estacionar o carro, então parei e o chamei. Nos conhecemos rapidamente, entreguei a torta, falamos sobre a pressa na vida cotidiana. Ele me pediu que voltasse pois escreveria algo pra mim, e assim combinamos, no sábado. Esperei ansiosa pelo sábado, e chegado o dia fui visitá-lo com calma.
Quando cheguei, ele estava fazendo a janta, e escrevendo.
- "O que está escrevendo?"
- "Meu diário de nutrição. Anoto tudo o que consumo, para saber se estou me alimentando corretamente"
Nossa, nunca fiz isso!
- "O que mais o senhor escreve?"
-"Pensamentos, sentimentos"
- "Também gosto muito de escrever"
-"Faz bem à alma".
- "E o frio, como o senhor está passando?"
-"Não gosto do frio, mas a gente aprende a conviver com o que é difícil"
Queria levar um cobertor a ele, mas ele recusou. Estava acostumado a viver assim. Mais tarde, ofereci 2 reais, e ele recusou, decididamente.

Ele estava sentado, com seu caderno no colo, então, me agachei, e fiquei ali, conversando não sei por quanto tempo, não poderia olhá-lo de cima para baixo, me sentia pequena demais perto de Raimundo. Ele têm olhos doces. Tem um coraçnao bonito, por trás daquela roupa preta.
Não bebe, não fuma. Pedia licença de vez em quando para dar uma olhada na panela que estava no fogo.
Me entregou o escrito, como havia prometido:

-"Gestos - Páginas Autografas.

"Na escola, o único aluno com sinal de desnutrição, hoje, acabaria, fonte de nutrição mental".

aas.: o "Condicionado".
SP, 16-6-1999+10(<) "
.

Ainda não sei como ele foi parar ali, achei invasão demais perguntar isso no segundo encontro.
Raimundo é nobre.
Na despedida, ele convida-me a jantar:
-"Gostaria de ficar para jantar?".
Não aceitei pois tinha comido há menos de 2 horas.
Combinamos que eu voltaria para batermos mais papo.
-"Foi um imenso prazer conhecê-lo", eu disse. E nos despedimos.

Ela tem cara de fada. Olhos grandes e bem azuis, sorriso largo e bonito. Jeito, nem tanto. Solta palavrões, é debochada, engraçada.
Nossas vidas se cruzaram meio que por acaso, éramos namoradas dos amigos. Não havia nenhuma lei, nada que fizesse obrigação nos tornarmos amigas. Mas a amizade nasceu, floresceu, se fortificou. Sua presença sempre ilumina o ambiente. Notável, inteligente. Com o pasar dos anos, minha admiração crescia, seus conselhos, as vezes em forma de bronca eram sempre bem vindos. Sensata. Ai, que linda sinceridade. Em algum momento, ficou estabelecido que seríamos madrinhas. Fui sua madrinha de casamento, que imenso prazer! Éramos poucos naquele dia, mas me sentia honrada por fazer parte de um momento tão importante. Como o meu amor por aquelas duas pessoas poderia ser tão grande? Eles eram exemplo de amor, não um amor perfeito, de novela. Mas um amor de verdade, com dificuldades, brigas, cotidiano. Mas eles são tão lindos, perfeitos um para o outro. Necessários como amigos.

Entretanto, como tudo na vida, as coisas mudam de rumo. Eles, sempre ao meu lado, era como se na separação de bens, tivesse sido decretado "eles ficam com você". Ainda acho que saí ganhando.
Quando feita a descoberta da existência do meu maior amor, dúvidas. Medo. E agora? "Estou aqui, amiga.". Suas palavras me deram uma imensa coragem, certeza de que eu poderia enfrentar o mundo, com ela ao meu lado. Também, por essa conversa, houve um fim de amizade. Cada um, segue por onde quer.
Durante toda sua estadia aqui, ela estava ao meu lado.
Mas, quando ela se foi, aquela força não pôde estar ao meu lado. De alguma forma, eu sempre senti que essa força continuava comigo.
Do meu crescimento, inclusive, fez parte esse grande teste. Mas meu amor por ela era maior, e eu sabia que se aqueles olhos azuis não estavam comigo, não era por falta de vontade. A dona deles também é humana, tem fases como eu, como qualquer um. O que importa, é que estávamos sempre em seu coração. Hoje, ela está ao meu lado, e a boneca tem um coração só seu. Do lado direito, como deveria ser. E é assim que são ser os amigos de verdade. A madrinha no meu, eu e a Lelê no dela.
Te amo muito, madrinha.

Gosto muito de ver o tempo passar, cada novo dia, um acontecimento, uma surpresa, um novo amigo, um novo aprendizado, uma descoberta. Não necessariamente cada caoisa citada seja boa, mas é o movimento. Aprendi a gostar demais de ver tudo em movimento.
Confesso que realmente não sei para onde estou indo, mas o bom é que vou. Em alguns passos encontro alguém que queira me acompanhar, uma mão amiga, um abraço, ou simplesmente alguém que caminha comigo, simplesmente por querer estar aquele instante ali.
A boneca, sempre aqui, dentro de mim, fazendo com que meu amor continue crescendo, crescendo.
Dia desses, descobri algo interessante sobre mim. Porque eu não comparo outras crianças, ou situações com a nossa história, o porque não olho para uma criança e penso "ela estaria assim, ou estaríamos vivendo do jeito assado", raras exceções como datas especiais. Simplesmente porque não nos foi permitido outra escolha. É desse jeito, e pronto. Nada mudaria o desfecho disso, então, basta o amor que existe.
O resto, são histórias, que não nossas.
Ouço muito as pessoas dizerem com certa admiração, que não entendem como consigo. Também não sei como, simplesmente, é assim. Não tão difícil, mas não tão fácil. Algo que só eu entendo, e ninguém mais.

e assim continuo, um dia de cada vez, olhando sempre em frente, com a certeza que todos os dias são diferentes.

Desde o último post, venho pensando em como começar o próximo.
Hoje, acordei com uma imensa saudade de minhas amigas de Oz, desejo de lê-las, saber como vão, já que tenho sido um pouco ausente desta Terra, tão segura pra mim.
Na casa de Coração, sua deliciosa transparência me deu vontade de fazer igual. Porque que raios, estava eu, pensando em como dizer que não consigo explicar a mim mesma, o motivo de eu não conseguir me decifrar?
Em um trecho sobre edição, ela promete-se não editar. Caiu a ficha de quem eu jamais editei um post, porque agora eu pensava tanto em como começar um? Contei meus rascunhos, são 5.
Apesar da calmaria no coração, do espírito, a contradição de diversos sentimentos me deixa confusa, não pela confusão, mas pela minha mania de pensar demais em tudo.
Sinto enorme necessidade de escrever, escrever, escrever.
Quando criei este blog, nunca tive a intenção de ter leitoros, quanto menos assíduos, quem diria amigos. Aí tantos (no caso, tantas) de vocês apareceram. Leitores, os assíduos e as amigas. Também por isso, sinto falta daqui.

Tenho passado o tempo, desde a última comemoração de mais um outono, em descobertas constantes de mim mesma. Confesso que apesar de bem confuso, é incrivelmente delicioso.
Aqueles cacos coloridos, que eu tinha esperança de montar um caleidoscópio, foram de uma vez pro lixo. Quando menos percebi, eles estavam no cesto do prédio, com o seguinte aviso "sem utilidade", assim não corria o risco de baterem à minha porta para devolver. Agora, tenho um caleidóscopio novinho, que ganhei da Maria Carla. Este sim, possui infinitos desenhos coloridos e novos, tirando sempre um sorriso de meu rosto.
Mesmo não gostando de falar ao telefone, costumava carregar na bolsa 03 celulares, uma de cada operadora, para falar com quem eu quisesse sem gastar muito, e geralmente, falava com poucas pessoas. Hoje, tenho somente 01, e falo com pelo menos 5 vezes mais pessoas que outrora.
Uma vontade imensa de estar com todos os meus amigos têm prevalecido, com isso, resgatei amigos de infância, por acaso ou de propósito reencontrei pessoas que há tempos não via e das quais tanto gosto, liguei mais para os melhores amigos, fiz novos queridos amigos, e assim, me lembrei o quanto amo todos eles. Acho um tanto engraçado, esse amor tão grande por eles. Cada um do jeito que é, cada um de uma parte da minha vida, cada um com seu cotidiano, seu caminho, seu destino.
Isso explica eu estar aqui, em um sábado quase ensolarado, quase nublado, sem me cobrar por estar em casa, escrevendo. Também quero estar perto de vocês, queridas de Oz.

Se o universo é contraditório, eu também posso me permitir ser.
Desde a descoberta da exêistncia da Lelê, por questão de sobrevivência aprendi a enxergar os dois lados de tudo. Aprendi a enxergar os dois lados, o lado bom x ruim, o lado ruim 1 x lado ruim 2, lado bom 1 x lado bom 2, o meu lado, o seu lado, o lado do outro, o lado dos três, os lados de tudo. Como sou abençoada por ter tido tempo de aprender isso. Minha filha deve ter deixado o coração dela comigo, pois meu coração parece gigante com tanto espaço, a maioria preenchidos com tantas coisas, pessoas, sentimentos, desejos diferentes. E o melhor de tudo, cicatrizado.
Vai ver por isso, o coração da boneca era do lado direito. Dextrocardia, diz o termo médico. Não caberiam dois corações do lado esquerdoo de meu peito, segundo as leis da física.
A infinidade de possibilidades é boa demais, mas bagunça e diariamente passo certo tempo tentando organizar.
Quero desenhar, pintar, dançar, conversar, compartilhar, ouvir, ver...mesmo quando nem sempre tudo isso faz sentido.

*



*** não existe um sentido para eu ter escolhido essa música, mas é uma das músicas que me fazem bem e tem feito parte de eus dias. mas olhando por outro lado, olha quanto sentido ela tem.

agora ela acredita que ELE escuta, alguns, de seus pedidos!
ela está ausente, mas volta logo logo. Dá tempo de você fazer uma pipoquinha.

07.05.2008

02:10 am. Meu 11 de setembro particular.



Bom, confesso que por um tempo, pensei ansiosa a respeito daquela data especial. Não fazia a menor idéia de como meus sentimentos se comportariam. Na véspera a tranquilidade era um ótimo sinal. Durante a noite, uma leve insônia. Lembrava de não conseguir dormir facilmente, mas acordei como se tivesse caído no sono bruscamente. Corpo descansado, ok, o dia começou bem. Estava dentro do horário, nem adiantada, nem atrasada. Mais um bom sinal (quem me conheçe sabe que perco a hora praticamente todos os dias, não por preguiça. Simplesmente não ouço o despertador, e olha que coloco 2).

Trimmmm- trimmmmm - trimmmmmm.
- "Oi filha, hoje é um dia especial, parabéns para nossa estrelinha."
- Oi mãe! Obrigada, parabéns pra nossa estrelinha!
- "Como você está?" amo essas perguntas diretas, pois só ela possui tanta liberdade para fazer.
- Estou bem , feliz, não sinto vazio algum.
- "Quem bom, lindinha." ela realmente saberia se eu mentisse. "Então, tenha um bom dia."
- Você também.
- "Fique bem." (praticamente uma ordem!)
- Ficarei.
- "Te amo."
- Eu também.


Segui para visitar o lugar, onde hoje, possui o que um dia foi matéria da minha boneca.
Fiquei lá por alguns minutos, nenhum sinal de qualquer sentimento ruim. Pensei "acho que estou conseguindo, filha".
No caminho para o trabalho, uma sensação engraçada, como se eu sentisse ela ao meu lado.
"Ah, enlouqueci, acho!". (cresci no meio de espíritas, cerio em muitas coisas do espiritismo, mas não tenho uma religião somente). Acredito em muitas coisas, mas seria loucura demais imaginar que ela estaria assim, tão pertinho de mim.
"Nossa, engraçado, meu lado direito está mais quente, eu heim..." (ah, seria sorte demais).
Entrei no escritório, uma amiga virou e disse:
-"Nossa, tem uma luz linda com você, do seu lado direito"
-"eu sei, é a Valentina, está comigo desde cedo." com toda propriedade do mundo!! ("Ufa, ainda bem que não enluqueci!").
sim, eu sei que ela está sempre comigo, mas nunca, a não ser quando ela estava viva, que senti aquele mesmo calorzinho. Foi quase físico. Tinha uma energia ali.
Na volta pra casa, me emocionei, por ser merecedora daquele dia. O aniversário foi dela, porém eu recebi aquele presente tão surreal. Ela não me deixou sentir sua falta, naquela data tão especial.
E assim, senti, até adormecer.

Louca? Talvez.


Filha,
Há exatamente 1 ano atrás, nos conhecemos pessoalmente.
Ouvi a sua voz, ou melhor, o seu choro, e chorei junto com você.
Começava ali mais uma parte da nossa história, e nossos olhares se encontraram, pudemos nos tocar pela primeira vez. Esperei durante 8 meses aquele momento. Sentir o seu cheiro, o seu toque, ver o rosto daquele amor desmedido e desenfreado.
Ali, naquele momento, sem sabermos, iniciávamos nosso processo de desapego, e aproveitamos todo o carinho que uma tinha à dar para a outra. Realmente, eu não fazia idéia que, uma pessoa, tão pequenina, seria capaz de demonstrar algum gesto, mas depois de nossa convivência, pensava" "Ainda bem que me enganei".
O seu nascimento foi um importante capítulo de nossas histórias, e sempre será uma data assim, estranha, mas especial.
Se a vida tivesse sido mais previsível conosco, hoje, eu estaria organizando a sua festa de aniversário, preocupada com lembrancinhas, bolo, salgadinhos, amiguinhos, e essas outras coisas que as mães costumam fazer no aniverseario de seus filhos pequenos.
Mas, com a gente foi diferente, e hoje, ao invés de organizar sua festa, organizo meus sentimentos, minhas emoções. Tento organizar a minha vida sem você, fisicamente, e é uma organização diária, visto que tudo é mutável e me deparo com diversas situações adversas que mexem com estes sentimentos.
Tento imaginar como você estaria agora, se estaria sapeca, se estaria falando sem parar, se estaria já correndo por ai...este exercício me faz crer que você não é fruto da minha imaginação (juro que as vezes me pego pensando isso).
O seu crescimento não é visível aos olhos de ninguém, tampouco aos meus, mas você cresce em um lugar livre, só seu. E a mamãe se esforça bastante para deixar no mundo as suas marquinhas, fazer com que a sua importância seja passada através do meu aprendizado de alguma maneira. Não tenho pressa, pois temos muitos anos pela frente, e continuaremos caminhando juntas, como sempre foi.


Hoje, fecho os olhos e consigo ainda sentir o nosso toque, as suas mãozinhas, o seu charminho com o furinho no pé. Lembro exatamente dos seus olhos iaguais aos meus, dos cílios...
Aprendi a fazer isso, mas não abaixo mais a cabeça para sentir você, como costumava fazer. Ainda busco em mim respostas para tal gesto. Aprendi a levantá-la.
E você se foi, entretanto, aquele imenso vaizo que ficou foi se preenchendo aos poucos com meu amor por você, por novos amigos, amigos que conheci justamente pela sua falta.
As vezes chego a conclusão de que você está todo o tempo cuidando de mim, engraçado como a minha sorte mudou neste 1 ano. Tenho muito boa sorte nas coisas diárias, o que não acontecia antes. Me pego pensando que você deixou a sua sorte terrena aqui comigo...

Seu pai te escreveu uma carta linda, filha, que li para em voz baixa. Queria muito que vocês tivessem se conhecido pessoalmente, mas, aqui nesse plano, existem algumas regras, e somente o outro papai podia te visitar. Me conforta saber que a ligação entre vocês ainda existe. A titia Maria Carla me levou um caleindoscópio de aniversário. Fiquei emocionada ao vê-la, pois ela conhece a sua mãe, não somente a Karen que as pessoas que convivem comigo, conhecem. Vê-la ali, foi como se ela tivesse me levado mais um pedacinho seu.

Obrigada por ter me escolhido, boneca. Você é o meu maior presente, meu maior amor, minha razão mais importante para seguir em frente.
Te amo muito.
Feliz aniversário.
um beijo,





Para aquecer a mamãe:

Parabéns

Meia noite em ponto, e seu primeiro Parabéns foi recebido de um novo amigo. Bem novo mesmo, o conhece em torno de 2 semanas. E ela fcou ali, pensando: "nossa, é meu aniversário". Doze meses se passaram, um pouco menos de tempo que a pequena entrou em sua vida.
Neste 1 ano apenas, ela sentia-se pelo menos 5 anos mais velha que a idade real, foi um tempo de descoberta, de testes, de esforço, de separações, de amores, de novas amizades, de pazes com outros, pazes com a fé e pazes consigo mesma. Pazes com o mundo. Foi um ano em que ela ganhou um anjinho da boa sorte, um amor maior, o maior amor por seus objetivos, por suas rédeas.
Que lindo presente da vida, esta pequena, não?
Quem diria, quando nova, ela pensava que somente os adultos faziam 31 anos.

Obrigada a todos que fizeram parte da minha vida neste último ano, tão importante, seja de perto ou de longe.

sede de arte



a ausência dela despertou na mãe uma enorme vontade de viver, e essa vontade trouxe consigo uma necessidade visceral de se expressar. No início, ela usava a habilidade que sempre teve, palavras.
Aos poucos, a mulher, com seus trinta anos, passou a ousar na forma de expressão. O primeiro desenho, ainda tão sem graça, abriu espaço, para traços mais firmes. Agora ela desenha. Adquiriu a habilidade de colocar todo seu sentimento em traços tão simples. Desde etão se interessa mais por museus, passa dias fotografando, motando cube craft, pesquisa história (quem diria), arte, arte, arte.

Durante todo aquele outono e o frio inverno, costumava passar todos os dias escrevendo sobre uma enorme falta, sobre a descoberta de uma nova mulher, sobre uma pequena mestra, sobre um amor mais forte e verdadeiro que existe, sobre dores.
No início, não havia leitor algum. Em um, daqueles dias, uma pessoa comentou. Era uma mulher, que como quem adivinhasse o que eu sentia, deixava suas marcas ali, em meio a tantos desabafos. Era um desabafo também, que momentaneamente fez com que eu me interessasse em conhecê-la. Em poucos dias havíamos nos tornado amigas de longa data. Uma, desconfiava como essa amizade podia ser tão verdadeira que era obrigada a ouvir piadas de amigos. A outra, desacreditava de praticamente tudo que a vida lhe mostrava. Entretando, aquela, decidiu apresentar mais outras duas mulheres a essa tão divertida amizade, e as quatro se comlementavam. Mesmo que a vida era difícil com elas, todas possuem uma forte vontade de vencer sem perderem suas essências. E a amizade, prossegue, até os dias de hoje, graças a Coração. `A você, minha querida, Feliz Aniversário.

desabafo

é tão dolorido ver alguém que você ama demais, com um seríssimo problema e não ter o poder de sarar aquela dor.
ai ai...breath in, breath out.

suas marcas


Sempre imaginei que conforme o tempo passasse, alguns sentimentos em relação a você seriam modificados. Imaginava que não me pegaria debulhando em lágrimas de saudades, pensava que essa saudade seria transformada em um tipo de saudade que não dói, como a que sinto do seu avô, da sua bisa...
Mas a característica que não me falta é teimosia, e quando tenho algum objetivo em mente, insisto até conseguir. Mesmo que o resultado não seja o esperado, que eu demore para realizar, não desisto. Me prometi que faria algo de útil com o conhecimento que adquiri por você, que não deixaria passar em vão a sua passagem por aqui. Além do que você deixou pra mim, quero que outras pessoas de certa maneira, sejam beneficiadas por você. Ainda são muitas as maneiras com que posso fazer isso, não sei ao certo que caminho seguir, mas de alguma forma tenho certeza que vou conseguir.
Ontem, dei o 1ø passo em direção a esse caminho ainda tão incerto. Peguei uma parte de suas coisas no arquivo médico. Doeu um pouco estar lá, me senti pequena ali dentro. Muito pequena. Não imaginava que doeria assim. Para minha sorte, tive depois um pouco de conforto quando encontrei aquele que esperou tanto você comigo. Me senti em casa. Não posso mais repartir os meus sentimentos com ele, mas, ele é parte da nossa história. No fundo, sabemos que ele foi a pessoa mais importante em nossa história, quando você estava aqui. Lembro como se fosse hoje, quando você chutou pela primeira vez fazendo graça pra ele. Você sabia que ele te amava como se fosse dele. E sei que você também o amava. Até hoje você manda recado através dele.
Sabe, foi remexer demais em meu coração, ter suas coisas em mãos e ele por perto, foi emoção demais que me deixou assim, com saudades demais de vocês dois.
Isso me faz lembrar minha melhor essência, e mesmo aqui, chorando, sei o quanto tenho sorte por ter lembranças, por amar e ter tido o amor de vocês. Por mais que o tempo passe, naquele mmento, éramos nós três. Isso, será para sempre.
Sei que você nunca lerá isso, assim como não pode ler o caderno que fiz pra você, mas acredito, de alguma forma, que você sabe o disso tudo.
E, assim continuarei, fazendo com que sua passagem não seja em vão, pois você trouxe muito o que compartilhar.
Te amo muito,
sua mãe

Te mandei um e-mail despretensiosamente. Exatamente como nos meses anteriores, não arriscava, além do "oi, tudo bem por aí?", você sabe bem o quanto detesto não ter reciprocidade. dessa vez, a resposta veio mais receptiva. As 2 linhas continuavam padrão, mas diferentes. Então, ousei te convidar para um café, e você topou. Claro, não arrisquei maracr o dia, deixamos marcado um café para "qualquer dia".
Por coincidiência, um amigo mandou para o grupo um link no qual havia uma ilustração que era inevitável não pensar em você.
Mais uma vez fui atrevida e arrisquei, afinal, nada daquilo fora planejado. E iniciamos uma daquelas conversas deliciosas que tínhamos sobre música, filmes. Fico pasma em ver o quanto você é diferente da maioria das pessoas. Incrível mesmo. Vou assistir o filme que me indicou, do jeito que temos sintonia até quando não queremos, sei que ele entrará para a lista dos meus favoritos, como a maioria que indicou.
Sinto falta de você.

Se tem algo que adoro é reparar nas semelhanças entre pais e filhos. Observo amigos, colegas, estranhos, conhecidos. Todos. Jeito do pai, cara da mãe. E vice versa. Mais gostoso ainda, é quando é com a gente. Nossos irmãos, avós, mãe e pai. Ou até aquele parente distante.
Mas isso não foi sempre, quando eu era mais nova, olhava para meus pais e queria ser diferente deles.
Mas conforme o tempo passou, vejo em mim muito deles. E me orgulho dessa semelhança. Na verdade, adoro ser parecida com eles. Percebi que isso é mágico. Não sei se é genético, convinvencia, ou seja lá o que for.
Essa herança não tem valor no mundo que pague. Não a minha.
Assim como eles, sou mais esperta do que imaginam. Mais forte do que pareço.
A minha boneca era a mais a cara do pai, mas tenho certeza que a força era minha.

E assim, caminha a humanidade!

um dia sobre os ultimos acontecimentos daquela época, escrevi: " Esclareceu que “aquilo tudo” não “estava acontecendo de novo, depois de tanto tempo”. O tempo novo é que fazia com que nada daquilo voltasse a ser “aquilo tudo”.

é...redundância.
será que um dia aquilo tudo, vai voltar a ser tudo aquilo?

...quando dizia que os maiores poetas, músicos e artistas deram o melhor de si em momentos de sofrimento. e, em momentos assim eu o chamava de dramático. mal eu sabia, que mais tarde, reconheceria tão bem esta afirmação. meu úlimo mês foi tão agradável, que me fez sair um pouco da rota. descobertas agradáveis, cmpanhias agradáveis, sentimentos agradáveis, surpresas agradáveis, pessoa agradável, dias agradáveis, noites também. o lado ruim de tanta agradabilidade é que, ocupada em viver tudo isso me distanciei um pouco de diversos aprendizados importantíssimos e fui obrigada a dar de cara com uma parte da antiga karen. não que ela seja ruim, mas prefiro a karen paciente, tolerante, calma e serena. a dor realmente faz as pessoas menos medíocres. sinto saudades de minha dor. será loucura? fora os medos bobos. me pergnto o tempo todo: "isso é medo que tenha razão?" claro que não. mas sempre tenho a sorte de ter alguém que me faça lembrar que sou muito mais humana que aquilo, então páro, penso, reflito e entro no eixo.
ele tinha razão, as pessoas são mais livres quando sentem dor.
eu não quero esquecer a minha maior lição.

Alguns dias atrás, em um de meus momentos filosóficos, senti uma leve culpa. Uma culpa estranha. Culpa por estar feliz. Há meses atrás, não conseguia imaginar ter dias tão bons. Pensava, no alto de minha ignorância não ser possível me sentir assim, tão bem. Aliada a culpa vinha um medo, uma sensaçnao de ficar muito distante da minha boneca. Medo de perder o que tenho aqui dentro, e ter a sensação de que o que passei, não foi real. Parece absurdo, eu, justamente uma das protagonistas principais. É triste pensar que, para estar próxima a minha Lelê, eu precisasse sofrer. Eu não queria este tipo de sentimento em minha relação com ela. Ela é o meu amor maior. Sempre será.
Foi então que, desabafando com meu querido, ouvi palavras doces, com certa indignação: "Você é a pessoa que mais merece ter dias felizes que conheço. Seu amor por ela nunca vai diminuir, você deve tentar ser feliz por duas, não por meia".

Logo, me dei conta que penso nela todos os dias, principalmente nos mais felizes.


meditar sobre os fatos da vida havia tornado-se corriqueiro à ela. adorava encontrar razões para coisas cotidianas, assim como, sentia um certo alívio quando percebia que certas coisas simplesmente ãno tem uma razão. baseada em uma imensa convicção do conhecimento de sua própria força, empunhou uma vassoura, dessas, de piaçava e uma pá. dirigiu-se ao sótão, que estava cheio de coisas que não eram mais úteis, e decidida a livrar-se daquilo tudo, iniciou sem preguiça e apego, aquela grande faxina. cada item ali tinha um valor sentimental. era um amontoado de coisas que não cabiam mais nela, coisas que estavam novas mas ela não gostava, ou ela achava que não combinava, com aquela que tinha um defeito, como aquela coisa que ela inda gostava, mas estava rasgada demais, e muito gasta para remendos. pegou aquela que combinava perfeitamente, mas o principal componente, um relógio, estava quebrado. item por item, ela observou com muito carinho antes de tirá-los para fora de sua vida. despediu-se delas como pode.

pensou realmente, que, com o passar do tempo, sentiria falta da presença daquilo tudo em seu espaço, mas não sentiu tanto. sentiu ao ponto de entristecer-se por alguma nostalgia, mas não mais que isso.

em determinado dia, olhou para o céu e sabia exatamente o que pedir. pediu somente uma coisa, com todo seu coração. sabia que agora ela teria espaço naquele imenso casarão, e no espaço mais especial, o sótão.

ela somente não imaginou, que em tão curto espaço de tempo, encontraria-se, como que nua, diante de uma pista, de algo que pediu. diante da oferta daquele item, descrente, a moça imaginou ser somente um novo modelo das coisas que ela jogou fora semanas atrás, mas o vendedor, insistente, garantiu que lhe devolveria seu cheque, caso ela não gostasse. com tanta atitude e confiança, o vendedor, conquistou-lhe com um ato que nem ele percebeu, e lhe convenceu a levar o novo item.

após um pouco de convivência, a moça, viu que havia feito um bom investimento. não era o modelo que ela imaginava, mas tinha muitos outros acessórios que os modelos antigos já não produziam mais. um item diferente dos que ela estava acostumada, estava aí a diferença que ela tanto gostou. peixes com ascendente em áries. interessante.

o frio na barriga, é que, diante do desconhecido, ela viu-se frágil de novo. ele tem agora a vassoura e a pá que ela tanto gosta. e nem imagina.

imagem: http://www.gettyimages.com

sento aqui, tenho muito a escrever, mas as palavras nnao saem.
vou ali, e volto já. bem, rapidinho.

enquanto isso, uma música...


sorte minha, que gosto de sambar.

"Pode crer"

certa vez, na saída do metrô na ida à faculdade, vi um cara, aparentava 20 e bem poucs anos, loiro, cara de artista...vendia seus poemas a R$1,00. Nos poucos dias que o vi ali, fazia questão de ler tão fortes e tocantes palavras. Mexendo em minha pasta etiquetada como "documentos importantes, encontrei esse tesouro. Eis uma delas, que gosto muito.

"E no final só depois de sós
descobrimos o quanto somos,
e o quanto merecemos,
e aprendemos a entender
e a ensinar o quanto é válido
sermos nós mesmos."

Renato Limão: renatolimao@bol.com.br


este é o email que consta há anos atrás, não sei se ainda é o mesmo.

têm sido assim...

dezembro foi um mês bastante corrido, não por ser o último mês do ano, mas aqui dentro, meu alarme soava a cada final de dia, exigindo de mim certas definições. gosto de participar das definições de ano novo, por mais que em relação a tempo não mude nada além de como veremos a data em nossos calendários, aquela esperança de ter um ano melhor, vive em mim. é interessante perceber que após passar por um ano extremamente delicado, não me deixei decepcionar com a vida.
não fiz um post de encerramento para 2008, decidi que esta despedida deveria ser somente minha.
ouvi diversos resumos sobre o ano que acabou, de todos os tipos: alguns tiveram ótimos resultados, outros tiveram um ano satisfatório, outros detestaram 2008, enfim...cada um com aquele resumão pronto dentro de si. eu, diferente da maioria, não tenho uma frase, ou, palavra que defina totalmente o ano que se foi.
entretanto, tenho muito claro a importância de 2008 em minha vida. 2008 foi o ano em que me descobri, foi o ano em que tive os melhores e os mais doloridos dias de minha vida. foi o ano em que uma karen se revelou. quem me conhecia antes e não conviveu em 2008 comigo, precisará me conhecer novamente. em 2008 recebi o mehor presente da vida. descobri o amor incondicional, conheci a minha filha, me conheci, conheci pessoas que imaginei já conhecer, conheci novas pessoas, conheci o poder da vida, conheci a força de uma mnae, conheci na minha, uma outra mãe, conheci pessoas que somente passaram, conheci outras que querem ficar, e outras que já ficaram, independente de onde estejam. conheci o maior amor e a maior dor do mundo.
tive somente uma virada de ano com a minha filha, mas ela ficou aqui dentro, e será a primeira pessoa que pensarei naquela meia noite, todos os anos, e isso me fará sempre mais forte, me fará acreditar cada vez mais na vida. vi que não tenho mais aqueles desejos todos de ano novo, mas o crer em que terei dias melhores está em mim, mais forte do que nunca.
sempre disse aqui, que não desejo a ninguém, sentir a dor que senti. entretanto, pensando bem, assistindo a maneira como as pessoas agem, hoje, cheguei a conclusão de que alguns traumas profundos fazem muito bem ao ser humano. quando vejo a mediocridade, o desrespeito, a arrogância, a falta de confiança em si, o egoísmo ainda tão presente, chego a imaginar se não seria a vida, se encarregar de fazer as pessoas a se tornarem seres humanos.
A minha postura para este ano que se inicia, é de que será um ano diferente. espero diferentes situações, diferentes sentimentos, diferentes ares, diferentes expectativas...a diversidade nos ensina. resumindo, espero que 2009 seja um ano de mais aprendizado, quero continuar com esta visão da vida. nem tudo que dói, é ruim. aprendi a enxergar o lado bom das coisas, a ser mais positiva, e definitivamente, a continuar crendo que se eu quero, eu consigo.
um ano bom, é aquele em que conseguo produzir algo, mesmo que não seja visível aos olhos de todos.
terminei o ano com uma boa limpeza aqui dentro, agora, tem espaço, pode vir.

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