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São subidas que não acabam jamais, a ansiedade pela descida, o frio na barriga de lançar-se ao desconhecido, os loopings, as voltas de cabeça para baixo, a espera pela terra firme. Depois, dá uma vontadezinha de andar de novo, só pelo fato de sentir tantas coisas em apenas 3, 5 minutos. Assim também é a vida. Há exatamente 01 ano, havia em mim um misto de esperança, aceitação, saudade, incertezas, coragem, e uma vontade imensa de superar sua perda.
O texto, escrito com toda minha alma e coração explica a você a beleza e importância dos sakuras, assim como você pra mim.

Pela primeira vez me lançava de verdade às dores e às delícias de fazer pequenas reparações em minha vida, analisando todo e qualquer sentimento, me permitindo ser quem eu era, sem medo algum. Sim, era, pois olhando pra trás vejo que me tornei uma pessoa mais forte, mais paciente e passei a acreditar qe a vida me reserva muitos momentos lindos pela frente, e sei também que momentos não tão fáceis devem me esperar. Mas, ok, respiro fundo e vou. Não tenho você aqui presente, mas acordo todos os dias pensando em como tenho sorte em ser sua mãe, o quanto sou grata por você ter me escolhido. Por mais que o tempo passe, jamais vou esquecer os seus lindos olhos, seu rostinho meigo dormindo, sua mão seugurando na minha.

Confesso que a caminhada até aqui teve dias difíceis, outros nem tanto, outros extremamente felizes, e outros simplesmente comuns. Não sou a pessoa mais corajosa do mundo, mas dentro do possível me esforço para continuar em frente, levando você sempre comigo. No último mês tudo ficou mais leve, tenho ele ao meu lado, caminhamos juntos, e o mais gostoso é que até sua existência é compartilhada entre nós. Antes com quem só eu aprendia, aprende também mais alguém, um alguém que queria muito ter te conhecido. Mas a vida é assim, uma montanha russa, nunca se sabe o que vem ali na frente.
Os sakuras continuam florescendo por aqui filha, mas aqueles olhos azuis estão na mesma direção que os meus, e foi por você que ele me conheceu como sou.

"...É preciso do silencio para se fazer o som
E é preciso perder antes de achar algo
E é preciso um caminho para se ir nenhum lugar
É preciso uma taxa para você se importar
É preciso um buraco para ter uma montanha"


É, realmente é preciso viver todos os lados para entender o que importa. Você me ensinou isso.



Existem 5 momentos que jamais esquecerei na vida, principalmente por não conseguir entender até hoje exatamente o que senti:
- Quando peguei aquele beta hcg nas mãos e li "grávida";
- Quando ouvi aquele chorinho gostoso, pela primeira vez, e juntas choramos;
- Quando ela fez graça com o pezinho para me mostrar que fizeram um furinho;
- Quando ali, em meus braços, ela deu seu último suspiro;
- Quando ela foi sepultada.

Resumindo assim, parece triste, uma história que não deu certo, uma fatalidade, mas a verdade é que nenhum destes momentos foi completamente feliz ou completamente triste.
Até hoje não consegui entender como foi exatamente a organização dos meus sentimentos, uma mistura de super poderes com boneca de porcelana. Me sentia tão forte e tão frágil, como se eu pudesse tudo e ao mesmo tempo, nada pudesse. Com a felicidade vinha o medo, com a tristeza vinha a esperança.

Com o passar dos dias, as vezes longos, outros nem tanto, percebi que este amor desmedido, incontrolável era mais forte do que qualquer dor de perda. Tive uma confirmação do meu aprendizado de desapego, coisa que não é tão simples se não na marra. Só um amor tão grande era capaz de uma lição tão rápida, afinal, tive menos de uma hora para me despedir.

Me levantava a cada dia e pensava: "hoje será menos difícil". Passei a sorrir mais, mesmo que não tivesse razões para fazê-lo. Após viver o meu luto, aprendi a aceitar o que a vida me dá, e com isso, passei a entender que por mais que eu queira algo, se aquilo não acontece da maneira como gostaria não significa que não foi bom, mas que existe algo pra mim lá na frente, algo diferente que eu nem sequer, imaginei. Tive momentos em que tive uma certeza profunda que jamais seria completa novamente, e falava isso com toda propriedade. Mas a vida como sempre, me surpreendeu.

Os meus sentimentos foram se organizando, claro, com meses de reflexão e questionamentos sentada na varanda, tomando uma xícara de café puro. Passou o outono, a primavera, o pôr-do-sol tornava-se cada dia mais lindo e os sorrisos mais espontâneos.

Continuo acreditando que a vida não é feita somente de momentos felizes, entretato, tenho plena consciência de que os momentos difíceis são mais construtivos. talvez, eu não tivesse crescido tanto sem passar por tudo isso, doeu, bastante, mas talvez tenha que ser assim mesmo.

Hoje sinto uma paz que jamais havia sentido em toda minha existência. Se eu não tivesse tido uma certa coragem em enxugar as lágrimas e seguir em frente, não teria conhecido ele, que traz consigo e desperta em mim um amor do qual eu nem lembrava mais como era sentir.

Quando era criança, eu não tinha idéia do que a vida significava. Gostava de sentar aos pés do meu bisavô, que passava as tardes contando histórias a mim e a minha prima. E cotidianamente, após aquelas viagens na qual os três embarcávamos, fazíamos uma visita ao tio da padaria de onde sempre levávamos alguma guloseima. Mais tarde, corríamos para ver o nosso bisavô tirando o "olho de vidro" para lavar (ele usava prótese, coisa que fui aprender bem mais tarde, mas atee então, meu bisa era mais legal ainda que os outros pois só ele tinha o "olho de vidro"!!).
O maior medo era não ganhar a tão esperada Barbie com a roupa de gala, ou ter os móveis preferidos escolhidos primeiro por minha prima na brincadeira de casinha. Lembro-me como se fosse hoje, como tanta simplicidade as vezes me faziam pensar que era chato demais ser criança, mas mesmo assim, nunca desejei que fosse diferente.
Mas o tempo passa, e assim como todos, cresci, e passei de criança a mulher. Dias atrás, me peguei falando pra minha mãe: "ser adulto cansa, queria só um pouquinho, voltar a ser criança". Tenho certeza que todo adulto já pensou isso em algum momento de sua vida.
Ser adulto traz consigo outras delícias que não tínhamos na infância, entretanto, alguns aprendizados um tanto quanto doloridos.
Hoje, olhando pra trás, pensando no meu caminho até hoje, entendo quando alguns amigos falam de sua admiração na maneira como lido com as coisas. Sabe, confesso que não foi fácil, principalmente aprender a viver com a ausência da minha boneca, e para estes, tão queridos, a explicação é a seguinte:



se tiver cuidado com seu coração, seus sentimentos e acreditar que, por pior que esteja sua vida no momento, acredite, mesmo a maior dor do mundo um dia acalma, este coração dolorido cicatriza. Tudo passa. Toda felicidade e toda dor passam, assim, em um piscar de olhos, é preciso saber olhá-los e sentí-los, e, o mais importante, como diz Robert Carlos, saber viver. Geralmente, há beleza na flor com espinhos.

O Plural

Recomenda-se ler com a trilha...depois, veja o vídeo.



Havia um certo tempo desde o último amor, ela até que estava se acostumando bem com a vida singular, mesmo que, as vezes estivesse ali um sujeito, bem ao lado. Aos olhos dos outros uma mulher singular, que se fortificava e crescia, diariamante. Mesmo sentindo-se dessa maneira, percebia também, a enorme diferença entre a capacidade e a execução desta independência. Sem contar que não era este, no fundo, seu verdadeiro jeito de ser. Ela gostava como qualquer outra, de mimos.
Se deixar cuidar ficou difícil. Permitir sentir ficou praticamente impossível, e quando ela percebia que os sentimentos mais intensos estavam prestes a florescer, saía em disparada, totalmente sem rumo, com a única intenção deixar essa sensações bem longe de si. O lado negativo deste estado de não se achar sob domínio ou influência estranha é que, a maioria das pessoas acostuma-se com ele. Ela era prova disso.

Com o passar das fases, a mulher percebeu que a maioria das coisas em sua vida tornaram-se mais fáceis de administrar, mas ela sabia também que não era a maneira mais gostosa viver, porque tanta simplicidade trazia consigo certa solidão.
A questão não era a falta de pretendentes ao cargo, mas o tamanho da exigência de si mesma e racionalidade diante deles. Justo ela, que outrora foi tão emocional...
Lembrava-se ainda, que o último a quem ela amou, não tinha o mesmo timming. Fora extremamente importante em sua vida, mas os dois não conseguiam acertar os passos.

Foi então que, ele passou a fazer parte de sua vida. Podiam-se dizer colegas, o conhecimento sobre a vida do outro era razoavelmente superficial. E, da mesma maneira como os furações, terremotos, totalmente sem aviso, no meio de histórias e vulcões que se olharam de verdade.

Ela aprendeu com ele, que nem sempre precisa-se de timming, o momento é agora. Se todos esperassem sempre pela hora certa, talvez não houvesse o Grito da Independência. Ele percebeu com ela, que, na chuva, sempre tem alguém disposto a se molhar com você.

Eles têm andado de mãos dadas, como velhos amantes, sentem-se como se convivessem há anos, são cúmplices.
Ele acreditou nela, e ela confiou nele. São muito parecidos mas com histórias diferentes por isso se entendem.

Ela reaprendeu a dividir, a se entregar. Ele pronuncia sempre na 1a pessoa do plural, e ela adora. Ela teve medo e ele mostrou que ela pode sim. Ela e ele viraram tão derepente, eles, onde as noites tornaram-se mais suculentas e os dias mais saborosos.
Entre vinhos e risadas, conversas sérias e outras nem tanto, entre risotos e beijos eles têm se divertido.

Ao lado dele, ela tem vontade de ficar.

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