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hmmm, semana novinha em folha para escrever mais alguns capítulos da minha vida. segundo meu mapa astral esta não será uma semana fácil, mas eu desacredito! De alguma maneira, por algum motivo que não sei, estou animada. vai ver é o sol que já estava presente as 6 e meia da manhã, vai ver é a chegada da minha mãe (horrível ficar 2 meses longe dela!), vai ver é meu lado ansioso em ver dias melhores. afinal, vivemos esperando dias melhores, dias de paz, dias a mais...
o que foi bom na semana passada foi que descobri que tenho um lado antagônico e têm sido bastante divertido questionar meus próprios pensamentos. realmente tudo fica mais leve quando encarado sem tanto peso. uma delícia. óbvio que eu gostaria de estar aí, neste local da foto (Fortaleza heim, Sheyla!), mas enfim, estou no trabalho e tenho muito a fazer (e quem disse que na praia eu não teria?!?)

A semana passada foi difícil. Tinha a percepção de que ela nunca acabaria mas sorte que minha percepção me engana em algumas circunstâncias. Inclusive, a falta de sorte me acompanhou na mesma semana. Pequenas coisas, mas que de certa forma dão dor de cabeça. Agora estou no final de outra semana, desta vez, um pouco menos difícil. Digamos até que foi uma boa semana, sem muitos ganhos, no empate. Zero a zero. Espero na próxima ficar no um a zero. Com a volta ao trabalho não tenho tido tempo de dar atenção como antes, mas isso é normal. Tive ainda nesta semana uma sessão incrível com a minha terapeuta, com resultados bem positivos, identificando algumas reações minhas e delineamos uma margem de correção. Como ela diz, reprogramação do cérebro! Amei isso. Estou praticando e não se se a empolgação é tamanha que sinto alguns resultados. Isso me remete a conversas que já tive com diversas pessoas sobre mudanças onde afirmo que mudar é possível. Acredito nesta afirmação pois busco sempre me melhorar como ser humano, creio que basta força de vontade. E muita, acreditem, já que algumas ações são praticadas sem a devida percepção. E, para finalizar, coloco aqui um texto que tem tudo a ver com esta minha semana melhor (enciado por um amigo):

MUDE
Clarice Lispector

Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e fecha as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama. Depois procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de TV, compre outros jornais, leia outros livros.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde. Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra lingua. Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas dferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos. Faça novas relações.
Almoce em outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado, outra marca de sabonete, outro creme dental.
Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores, Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas. Compre novos óculos.
Escreva outras poesias.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude. lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!

Tenho muito e nada para dizer. No momento esta letra resume a ausência...e a outra mão está no bolso...



Tradução...
Hand In My Pocket (tradução)
Alanis Morissette
Composição: Alanis Morissette

Mão No Bolso

Estou dura mas feliz
Sou pobre mas gentil
Sou baixinha mas saudável, sim
Estou viajando, mas estou de castigo
Sou sensata mas subjugada
Estou perdida mas tenho esperança, querido

E a que tudo isto se resume?
É que tudo ficará bem, bem, bem
Porque uma de minhas mãos esta no bolso
E a outra está dando um aperto de mão

Sinto-me bêbada mas estou sóbria
Sou jovem e ganho muito mal
Estou cansada mas estou trabalhando, sim
Eu me importo, mas estou inquieta
Estou aqui mas na verdade não estou
Estou errada, e sinto muito, querido

E a o que tudo isto se resume?
É que tudo ficará numa boa
Porque uma de minhas mãos esta no bolso,
E a outra está acendendo um cigarro.
E a o que tudo isto se resume?
Ainda não entendi tudo
Porque uma de minhas mãos esta no bolso,
E a outra está fazendo um sinal de paz
Eu sou livre, mas sou dedicada
Sou imatura, mas sou esperta
Sou durona,mas sou amável querido
Estou triste mas estou rindo
Sou valente, mas sou uma merda de galinha
Eu sou maluca, mas sou bonita, querido

E a que tudo se resume
É que ninguém conseguiu decifrar tudo
Porque uma de minhas mãos esta no bolso
E a outra está tocando piano
E a o que tudo isto se resume, meus amigos?
É que tudo ficará bem, bem, bem
Porque uma de minhas mãos esta no bolso,
E a outra está chamando um táxi


Os jogos de tabuleiro possuem algo de muito especial para ela. Desde bem nova reunia-se com a dezena de primos e primas cotidianamente e divertiam-se durante horas dominando continentes, descobrindo quem fora o assassino, construindo famílias, cidades e fazendo mímica. Era um de seus passatempos preferidos.
O tempo passou e ela cresceu. Por determinado tempo esqueceu-se das regras, pinos coloridos, cartinhas e dados, ocupando-se em seguir outras regras com o objetivo de ter um bom lugar ao sol.
Foi então que em determinado momento viu-se convivendo com pessoas que tinham aquela mesma paixão, e já adultos reuniam-se numerosos para esquecer um pouco as regras reais e se divertiram com as cores. Eram madrugadas regadas a gargalhadas. Todavia, como em qualquer jogo de tabuleiro, sempre há aquela carta que faz o jogador voltar 5 casas, entregar o dinheiro ao banco, não jogar uma rodada, retirar o prédio ou ser morto pelo assassino...quando isso acontece o jogador sempre fica um pouquinho atrás dos demais ou perde alguma vantagem. É questão de sorte não pegar alguma dessas cartinhas no monte, mas ela pegou e ficou algumas rodadas sem jogar somente observando os demais jogadores aumentarem a quantidade de espaços no tabuleiro. Chegou a pensar que não ganharia mais o jogo mas calculou a probabilidade e entendeu que ainda é possível ganhar o jogo, ou pelo menos ocupar a segunda posição. Provavelmente ainda conta com a sorte, mas decidiu não desanimar já que o jogo não está nem na metade. Que lancem os dados e virem a ampulheta!

Avestruz

Não imaginei que seria tão difícil. Não somente pelo retorno mas pela soma de fatores.
Sinto que precisarei aumentar a frequência na terapia. Os dias têm sido praticamente uma tortura. Preferiria ser exilada e submetida a torturas contínuas com farpas sob as unhas, choques elétricos, banhos de água gelada em temperatura de 30oC negativos ou até mesmo banhos de álcool pós cortes com lâminas bem afiadas.
As mudanças correntes me abalaram bem menos do que fatos sem ligação com o trabaho. Procuro me adaptar as novas idéias meio a algum atrito com novos personagens. Está extremamente dolorido. Pisaram no calcanhar de Aquiles. Desejo ser um avestruz para enfiar minha cabeça em um buraco e de lá não tirá-la tão cedo. Têm sido bom exercitar a mente mas a alma está novamente enferma. Precisa de cuidados e somente ao som em altíssimo volume a dor abranda.
Estou decepcionada comigo, pensei que estivesse forte o suficiente para encarar a realidade mas ela machuca. procuro não fugir, mas juro que tenho vontade de sair correndo. Entretanto as pernas estão fracas com a falta de força na alma e me resta continuar sentada frente ao monitor. Engulo o choro, fica o nó na garganta, este tão forte que me sinto em uma forca. Quem dera.
Me pergunto se um dia passarei pela mesma situação sem esta dor...não sei a resposta, mais uma vez conto com o tempo, este, que têm sido meu ombro amigo.

Sinto muito a falta dela. Dói ver os bebês chegarem, os amigos comemorarem e eu não conseguir fazer parte da festa. Que me perdoem estes amigos, mas está fora de meu controle esta sensação.
Hoje, em meio a comemorações, pensava em meus momentos com a minha boneca, e na música que tanto ouvia quando ia cedinho para a maternidade ver minha cria....

Não quero ainda falar sobre o meu retorno ao trabalho, mas nestes dois dias vi que a realidade bate a minha porta, e o mundo não vai parar para sentir a minha dor. Não foi ruim, mas acontecimentos que não se referem ao trabalho em questão me fizeram sentir mais ainda a falta da minha boneca. Gostaria de poder gritar pdeindo a todos que se calem mas não tenho como o fazer...

"Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas."
Clarice Linspector


Ela aparecerá para mim também, em alguns momentos, mas acredito que venham. Hoje foi dolorido.

Bom, acabara a moleza! A partir de hoje, cedo, bem cedinho mesmo, acordando com as galinhas, me levanto para ir ao trabalho. Em tempo algum pensei ser capaz de ficar tempo tão longo sem me dedicar a minha vida profissional, mas foi ótimo ter o meu tempo só para mim. Me dediquei a minha recuperaçnao física (no início) e emocional e não me sinto nada culpada por isso.
Se estou preparada? Hum...não sei. Veremos! para não começar o dia tnao mal humorada, uma musiquinha leve....

Inspirada pelo texto de um amigo, mas um pouco inverso, pensei nas lições que aprendi com minha mãe. Ainda não escrevi sobre ela, mas estou aguardando o momento certo pois faltam palavras para isso. Enquanto não desenvolvo algo tão especial, consigo resumir em como ela me ensinou durante a vida, até hoje.

1. Caráter: não importa a situação em que eu me encontre, ter um bom caráter é base da minha essência.
2. Ser eu mesma: não me importar demasiadamente com a opinião das pessoas, claro que isso tem um preço, mas a melhor sensação é saber que sigo meu coração. Não tenho vergonha de quem sou, de onde vim e do que faço. Minha mãe sempre foi ela mesma e é amada demais por todos que a conhecem justamente por isso.
3. Acreditar na minha intuição: seguindo a linhagem feminina da família, tenho aguçada intuição. Nunca me decepciono quando a sigo, por mais controversa que possa parecer.
4. Ter amor-próprio: não sou perfeita, mas me amo como sou. Procuro evoluir sempre, mas nada, nem ninguém destruirá este amor. Respeito para ser respeitada.
5. Personalidade: parecido com ser eu mesma, mas com um "quê" a mais. Sempre gostei de não parecer com ninguém, de ter minhas opiniões, por isso jamais alguém me verá discutindo muito sobre algo. Tenho minha opinião, você tem a sua, não pretendo mudar a de ninguém e raramente alguém consegue modificar a minha. Por isso pareço uma mula empacada muitas vezes. É também motivo para que eu fique bastante irritada quando alguém tenta me copiar ou se parecer comigo, acredite, já aconteceu muito.
6. Dignidade: ouvi muito isso dela quando a Lelê faleceu. "você foi muito digna, tenho orgulho de você". Foi a melhor coisa que escutei na vida. O meu peito se encheu de orgulho pois seguindo todas as lições anteriores agi dignamente e isso não tem preço.
7. Humildade: é uma delícia admitir que errou, quando isso é verdade. Lava a alma. Alma lavada traz paz. Ela me ensinou a não ter vergonha de pedir desculpas e claro, a Lelê reforçou este meu lado.
8. Coragem: Nem sempre o caminho que escolhemos é o mais fácil, mas o mais importante nisso é ter coragem e determinação para chegar onde quero. Essa lição custou a ela uma briga feia e alguns anos longe de sua filha que morava em outro país.
9. Aprender com os meus erros: esta lição tão importante aprendi não através de palavras mas vendo ela apanhar da vida também. Ela aprendeu, muito. E com isso me ensinou. Agora ela pode falar "filha, você caiu, mas olhe a pessoa que você se tornou. Sempre tente tirar algo de bom das coisas difíceis em sua vida".
10. Demonstrar o que sente pelas pessoas: Me ensinou a ser verdadeira. Graças a esta lição posso dizer que nunca uma pessoa me chamou de falsa. Se gosto demosntro, se não gosto também saberão. Não sei sorrir quando não tenho vontade. E sorrio sempre que tenho. Sendo assim, as pessoas que amo sempre receberão abraços meus sem motivo e ouvirão um "eu te amo" quando me der na telha.

E o mais importante de tudo é ouvir dela: "Não importa qual caminho escolha, estarei sempre do seu lado".


semana passada ela reparou nos cacos da obra, ainda ali jogados sem destino. "saco, ainda não sei o que fazer com isso!". como é difícil dar desinto à certas coisas na vida. olhou. suspirou. sentiu uma certa nostalgia. "chega, hora de dar um rumo à isso também". abriu o embrulho e lembrou de como a obra fora linda outrora. uma lágrima escorreu de cada um de seus grandes olhos. "tudo bem, o que importa é a lembrança". fechou o embrulho com certo pesar, pensando em tudo o que aqueles cacos coloridos significavam. dizia a si mesma, em tom de voz baixo e suave todas as lembranças que apareciam em sua mente. testou sozinha o método utilizado por sua terapeuta com as lembranças. pediu à sua fiel secretária e amiga que os destinasse mais uma vez ao cesto prateado. a secretária, uma pessoa bem simples, quase da mesma idade que ela, mas de uma sabedoria peculiar exclamou "não faça isso, vocie sentirá falta deles. vc é tão criativa, use os "vidrinhos" para outra coisa". então ela lembrou-se de um certo conselho e decidiu seguí-lo. levou alguns dias manipulando os fragmentos coloridos e percebeu que agora eles possuíam um brilho diferente. mais bonito e suave. ou, então sua maneira de enxergá-los modificou-se. agora ela passa alguns momentos do dia deliciando-se com as diferentes e belas imagens que aquele objeto reproduz. ela gosta muito do que vê.



Bright Eyes - "First Day of My Life"

This is the first day of my life
Swear I was born right in the doorway
I went out in the rain, suddenly everything changed
They're spreading blankets on the beach
Yours is the first face that I saw
I think I was blind before I met you
Now I don't know where I am, don't know where I've been
But I know where I want to go

And so I thought I'd let you know
That these things take forever, I especially am slow
But I realized that I need you
And I wondered if I could come home

Remember the time you drove all night
Just to meet me in the morning
And I thought it was strange, you said everything changed
You felt as if you'd just woke up

And you said, "This is the first day of my life.
I'm glad I didn't die before I met you.
But, now I don't care, I could go anywhere with you
And I'd probably be happy."

So if you wanna be with me
With these things there's no telling
We'll just have to wait and see
But I'd rather be working for a paycheck
Than waiting to win the lottery

Besides, maybe this time it's different
I mean I really think you like me


Repetições em minha vida. Diferente de correr atrás do próprio rabo, algumas coisas eu não consigo evitar.
Certos comportamentos, por mais que eu tente não consigo deixar de repetí-los. Assim como os vícios sei que não devo, entretanto fico extremamente satisfeita quando retomo-os.
É o tipo de coisa que não tem volta, como um mergulho na piscina. Mesmo não querendo se molhar, depois que pula, está molhado.
Penso muito antes de pular, mas a água azul, límpida e convidativa acena para mim. Grita meu nome. Está gelada. Mas é irresistível. Dou alguns passos para trás e corro em direção a ela. Sempre. Desta maneira não me sinto um peixe fora d'água mas parte do cardume.


Fui dar uma volta por aí, explicado meu sumiço. Praia, meu lugar favorito no mundo. Olhar o horizonte, me perder na linha reta em azul turqueza com a mente vazia. Sem pensar. Sem questionar. Inspirar o ar puro, abrindo o diafragma e expirar bem devagar. Respiração correta é tratada na terapia. Desde que iniciei vi o quanto respiro mal, minha ansiedade não me permite que tenha longas inspirações/expirações. Movimentos vitais que na coreria do dia a dia é impossível prestar atenção a não ser que a pessoa seja praticante de yoga. A solicitação que muitos jogam da boca para fora "respira fundo!" tem muito sentido, e não só para a saúde física e mas para a mental.
O lugar escolhido é onde me sinto em casa. Naquele lugar me sinto mais eu.....
Fui em busca do sol, que decidiu não mostar a cara mas no lugar dele encontrei mais um teste de resistência. Me senti em um daqueles programas de televisão que mandam as pessoas para os piores lugares com o objetivo de testar sua resistência e o mais esperto/resistente ganha uma quantia em dinheiro. Eu, por outro lado devo ganhar alguma coisa que ainda não descobri.
Um dos hotéis mais legais com pé na areia possui entreternimento inclusive para os dias chuvosos. Aceita crianças. Eu, apesar de não ver a cara do astro, trazia uma tranquilidade que nem mesmo a ausência dele me zanguei. Utilizei todos os recursos que o local dispusera. Nem mesmo os adolescentes cochichando na hidro a beira do mar "vamos jogar água e expulsar elas daqui" conseguiram me irritar em contrapartida ouviram uma bela bronca com um "por favor" no final da frase. Engraçado como muda a postura de uma pessoa quando se torna pai/mãe, percebi isso quando a minha amiga pensava em berrar com eles e eu me perguntava onde estava a mãe dos pentelhos.
Era um desfile de bebês. Mães orgulhosas de suas crias dividiam-se entre um passeio na areia e as ordens às babás. Não contei quantos haviam, só sei que eram muitos. Até aí ok. Nada me incomodou e por nenhum momento a tristeza bateu à minha porta.
Todavia, como a vida sempre me testa, estava eu, naquele pequeno espaço, o melhor para se ocupar durante o dia nublado quando juntam-se a nós um casal com sua filha na média dos 4 anos. Logo, mais duas senhoras. Todos interagimos, falamos do tempo, aquela conversa de quem acabou de se conhecer. Tempo depois juntaram-se a nós os pais de um casal de gêmeos com seus bebês. Estavam ansiosos para ver como os pequenos reagiriam aquela nova descoberta. Todos estavam encantados com a menina que adorou a experiência e riam do menino que estava totalmente inseguro. Eu também me divertia com os dois até o momento em que a mãe e a outra mulher iniciaram uma conversa:
- Quanto tempo eles têm?
- 5 meses
- Ah, o meu outro filho que estâ com a babá também tem 5 meses.
- Eles dormem bem?
- Não, acordam a noite inteira e o seu?
- Também acorda, mas já me acostumei.
- É um sacrifício que vale a pena né?
- Com certeza, ser mãe é a melhor coisa do mundo. Os seus ainda mamam no peito?
- Não, já saíram da maternidade com mamadeira e o seu?
- O meu também, não tive muito leite. É a primeira viagem dos seus?
- Sim, estamos aproveitando bastante com eles, estão em uma idade de descobertas muito legal.
- É nossa primeira viagem com o nosso também. É muito difícil cuidar de gêmeos? Minha irmã está grávida de trigêmeos está adorando...
- Não, é bem difícil mas depois ela acostuma. Parece que já nascemos prontas para cuidar deles...


Mergulhei no meu silêncio. Naquele momento queria muito poder fazer parte da conversa. Mas não pude. Me restou ouvir, digerir. Aguentei firme e forte, afinal a vida me testa sempre. Mais tarde, longe de todos, chorei.


Imagem: Karen

Calmaria. Cessação do vento e do movimento das ondas; calor sem vento; tranquilidade geral; ausência de notícias e de factos importantes. Assim está o momento. Depois de tantos movimentos necessários para algumas coisas se encaixarem me dando a possibilidade de caminhar sem grandes obstáculos por determinado tempo. Certos assuntos me dão a impressão de voltarem ao estágio inicial entretanto, se eu olhar bem de pertinho vejo que por mais que pareça repetição, não é. Os movimentos estão se repetindo porém os personagens têm agido de maneira diferente da que me acostumei a ver. Às vezes me assuto já que também me acostumei a reagir como sempre e está sendo necessário agir mais ao invés de só reagir. Confesso que estas mudanças estão me agradando demasiadamente. Adoro surpresas, boas principalmente. Percebi que a minha boneca não modificou só a mim como a todos ao meu redor. Tenho pavor em repetir erros, em reviver situações desconfortáveis, mas como uma teimosa assumida não desisto tão facilmente quando vejo uma luz no fim do túnel. E ultimamente tenho visto uma luzinha que começou pequena e conforme me aproximo seu brilho se intensifica. Que delícia de sensação...adoro ver que junto com a primavera as pessoas a minha volta estão florescendo. Adoro ver que as mesmas relações são possíveis de se modificar e tornarem-se novas...novinhas em folha, exatamente como as folhas que nascem na primavera. Tenho conseguido me animar muito com as coisas, minhas antigas olhas se foram, novas estão nascendo...
"Obrigada bonequinha, minha flor de laranjeira, você trouxe mais conhecimento, clareza e paz à sua mãe. Te amo, sempre amarei".

Queijim!


Digamos que a alma está lavada. Usei Vanish durante estes dias e ela está praticamente sem nenhuma mancha. Algumas não saem mesmo, quando pegam no branco não há nada que limpe novamente. Mas eu, como boa nova paciente, aceito as mudanças sem chorar pelo leite derramado.
A responsável ajudante desta leveza toda tem um nome: Coração.
Este coraçãozinho me mostrou coisas boas da vida que eu há muito não vivia como união, amigos de verdade, a grande necessidade de lutar por dias bem melhores, rir sempre, o calor dos desconhecidos, o carinho dos novos amigos. Que é muito mais que possível não precisar de muito para ter momentos felizes.
O caminho foi de ansiedade e o retorno foi de alegria. Mesmo sem ter dado tempo de coração me mostrar tudo que queria amei cada momento. Você é uma mulher incrível, te admiro ainda mais.
Obrigada pela brisa, pelo desconhecido, pelo abraço melado, pelas risadas, por fazer da sua casa a minha.
Te espero aqui e tenha certeza que torço ainda mais por ti. Entretanto agora que você já fez com que eu me sentisse praticamente na minha terra, espere novas visitas minhas...rsss

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